Nunca, pelo menos neste século, foram encomendados tantos navios porta-contentores como na primeira metade de 2021, realça a VesselsValue.
No primeiro semestre de 2021 foram encomendados 286 navios porta-contentores. Há um ano, contaram-se apenas 32. Desde o início do século, o melhor resultado do primeiro semestre verificou-se em 2007, com 109 encomendas.
O aumento da procura e a escassez da oferta, agravada pelo congestionamento nos portos, estão a motivar armadores e companhias de navegação a encomendar novos navios e a comprar os navios disponíveis no mercado de segunda mão.
Os porta-contentores mais procurados têm sido os neo Panamax (com capacidades entre os 13-15 000 TEU), tirando partido da utilização optimizada do Canal do Panamá e dos desenvolvimentos das infra-estruturas portuárias.
Entre neo Panamax, post Panamax e Panamax, a VesselsValue contabilizou 175 encomendas no primeiro semestre, sendo que a frota em operação conta actualmente 388 unidades.
Curiosamente, na primeira metade do ano corrente apenas foram encomendados 18 ULCV (+15 000 TEU).
Entre os compradores mais activos no mercado, destaca-se a Seaspan, que contratou 40 navios, todos de +12 000 TEU, com uma capacidade agregada de 603 mil TEU. O valor do investimento supera os cinco mil milhões de dólares.
Evergreen e CMA CGM encomendaram, cada uma, 22 porta-contentores, maiores os da companhia de Taiwan (348 mil TEU, contra 22 mil TEU), que também por isso investiu mais (2,8 mil milhões de dólares, contra 2,3 mil milhões da CMA CGM).
Com 41 encomendas, a Wan Hai Lines foi mesmo quem mais navios comprou. Mas, actuando essencialmente no intra-Ásia, a maioria das encomendas foi de navios de cerca de 3 000 TEU. Ainda assim, o investimento contratado ascendeu a 1,9 mil milhões de dólares.
Finalmente, o top cinco de compradores fecha com a HMM, que contratou 12 navios (156 mil TEU), avaliados em 1,6 mil milhões de dólares.