As encomendas de navios porta-contentores representam apenas 14,1% da capacidade em operação, um mínimo histórico, de acordo com a Alphaliner.
O valor registado no início de Maio contrasta com o pico de 64,2% verificado em finais de 2007. O anterior mínimo era de Janeiro de 1999, quando o rácio da capacidade encomendada face à capacidade em operação atingiu os 14,6%.
“Espera-se que a queda actual seja mais profunda e mais prolongada, já que rácio deverá encolher ainda mais nos próximos meses, não se esperando que novas encomendas de monta sejam feitas até o final do ano”, refere a nota da Alphaliner.
Os pesos pesados do sector vieram a público nos últimos meses afirmar que o desequilíbrio entre procura e oferta no transporte marítimo de contentores permanecerá inalterado nos próximos, negando a necessidade de qualquer corrida a novas encomendas.
Três milhões de TEU
Com a frota mundial de porta-contentores a rondar actualmente os 21 milhões de TEU de capacidade, os 14,1% das novas encomendas representam, ainda assim, cerca de três milhões de TEU.
E vistas assim as coisas, o facto de o rácio estar em mínimos históricos não invalida os riscos da sobrecapacidade de oferta que está para ficar.
Soren Skou, CEO da Maersk, por exemplo, prevê que em 2022 haverá uma capacidade global no sector de cerca de 23 milhões de TEU, contra uma procura de 22 milhões de TEU. Outro executivo histórico do sector, o presidente da OOCL, CC Tung, já afirmou que a oferta e procura permanecerão desequilibradas até o fim desta década.
A BIMCO prevê para este ano um crescimento de 2,9% da frota de porta-contentores, assumindo a entrada no mercado de um milhão de TEU e o desmantelamento de navios equivalentes a 450 mil TEU.