Nos primeiros seis meses do ano, as encomendas de navios porta-contentores cresceram 60% em capacidade, face ao período homólogo de 2014, assinala a Alphaliner.
No total, as encomendas colocadas até ao final de Junho totalizaram 1,04 milhões de TEU. Um “boom” que se explica essencialmente pelo número ímpar de contratos de construção de mega-navios: 39 unidades de entre 18 000 e 21 000 TEU.
A última encomenda divulgada respeita aos 11 navios de 19 630 TEU para a Maersk Line. Em Março foi a vez da CMA CGM fechar a compra de três unidades de 20 600 TEU. E com isto eleva-se para 88 o número de navios de +18 000 TEU encomendados por oito operadores. Só a MSC ainda espera para receber 18 navios de 19 200 TEU.
A MSC tem, de resto, A maior carteira de encomendas colocadas: 55 navios com uma capacidade total de 701 mil TEU. Seguem-se-lhe a CMA CGM, com 428 mil TEU (40 navios), e a Maersk Line, com 367 mil TEU (30 navios). O quarto posto neste ranking muito particular é ocupado pela Evergreen, com um total de 355 mil TEU, distribuídos por 23 navios.
A corrida aos mega-porta-contentores é determinada pela busca de economias operacionais e também pela lógica das alianças (que “obrigam” todos os parceiros a dispor de navios de capacidades semelhantes).
O facto é que a entrada de tanta capacidade no mercado ameaça agravar ainda mais o desequilíbrio entre a oferta e a procura, que ameaça mergulhar os preços do transporte em valores negativos (descontadas as sobretaxas) no Ásia-Europa, o único tráfego que pode (?) acomodar os Triple-E e similares.
A situação é de tal modo preocupante que já há analistas a aconselharem os operadores a imobilizarem alguns dos seus “gigantes” dos mares.