A West Sea tem em carteira encomendas de 100 milhões de euros e perspectivas de praticamente duplicar esse valor. Essencialmente à custa de contratos que já foram dos ENVC.
Dois anos depois de ter vencido a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), a Martifer / West Sea tem em carteira encomendas de 100 milhões de euros, avançou à “Lusa” uma fonte do grupo.
A maior fatia corresponde aos dois NPO encomendados pela Marinha, por 77 milhões de euros, a um consócio que também integra a Edisoft. A encomenda chegou a estar colocada nos ENVC, foi depois retirada, e agora acabou atribuída à West Sea por uma questão de “urgência”.
Na carteira de encomendas da West Sea estão também dois navios-hotel para a Douro Azul, tradicional cliente da Navalria, o outro estaleiro controlado pela Martifer.
Muito em breve, as perspectivas da concessionária dos ex-ENVC deverão melhorar substancialmente, assim se confirme o contrato para a construção dos dois asfalteiros para a Venezuela. A encomenda é antiga, foi contratada pelos ENVC, mas só nos últimos dias terão sido ultrapassados os últimos obstáculos nas negociações entre a Empordef e a Petróleos da Venezuela
O contrato inicial era de 128 milhões de euros. A West Sea assumirá a construção dos navios como subcontratada.
A subconcessão dos terrenos e infra-estruturas dos ENVC, adjudicada a 18 de Outubro de 2013 pela administração daquela empresa pública, actualmente em fase final de extinção, prevê o pagamento, pela Martifer ao Estado, de 415 mil euros por ano, até 2031.
Segundo os dados avançados à “Lusa”, a West Sea tem actualmente uma facturação na ordem dos 13,5 milhões de euros e investiu, “na recuperação das instalações e dos equipamentos, mais de quatro milhões de euros”.
No sector da reparação naval, desde que assumiu a subconcessão, em Maio de 2014, os estaleiros da West Sea “já repararam ou reconverteram 45 navios” e contrataram “cerca de 219 trabalhadores, dos quais 152 são ex-colaboradores dos ENVC”.
“Trabalham no estaleiro, numa média diária dos últimos quatro meses, outros 283 trabalhadores indiretos, de subempreiteiros, totalizando cerca de 500 pessoas”, adiantou o grupo.
Quando fechou portas, enquanto ENVC, em Abril de 2014, depois de quase 70 anos de actividade, a empresa pública empregava cerca de 609 trabalhadores.