Os ENVC continuam a investir e a trabalhar na construção dos asfalteiros para a Venezuela. Com o encerramento dos estaleiros anunciado para o final do ano, a Empordef negoceia ainda com o cliente a transmissão do contrato para a Martifer.
A administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) contratou nas últimas semanas a aquisição de mais de 3,7 milhões de euros em aço e outros serviços envolvendo a construção de dois navios asfalteiros para a Venezuela.
De acordo com cinco contratos consultados pela “Lusa”, tratou-se da aquisição de perfis (por 1,6 milhões de euros), de parte de perfis (114 mil euros) e de barras de aço (1,9 milhões de euros), além de serviços de testes e preparação dos tanques de carga dos dois navios, por 28 600 e 74 900 euros, respectivamente.
Estes cinco contratos de aquisição de aço e serviços a vários fornecedores foram publicados pela administração dos ENVC entre 6 e 11 de Dezembro.
Esta semana, em entrevista à “Lusa”, o presidente da Empordef, que detém a totalidade do capital social dos ENVC, que serão encerrados, tinha já garantido que o contrato entre os estaleiros e a empresa pública Petróleos da Venezuela (PDVSA), no valor de 128 milhões de euros, “está válido” e em “cumprimento”, face à aquisição, em curso, de matéria-prima e
Os ENVC, precisou Rui Vicente Ferreira, até já conseguiram cumprir as primeiras quatro fases do contrato, de um total de 14, até à entrega dos dois navios, prevista para meados e final de 2015, conforme renegociação acordada com a Venezuela em Julho passado.
A empresa tinha já adquirido em Maio 890 mil euros de aço, tendo iniciado a fase de corte no mês seguinte.
Contudo, explicou o administrador da Empordef, decorrem negociações com a Venezuela para que seja o novo subconcessionário dos ENVC, o grupo Martifer, a construir estes dois navios asfalteiros, de 188 metros de comprimento.
“Temos tido negociações no sentido de acordar com a PDVSA as melhores condições para haver possibilidade de esse contrato ser realizado pelo subconcessionário. É um dossiê que está em análise, não está fechado”, disse Vicente Ferreira, que admitiu ainda que é “vital para a continuidade da actividade” em Viana do Castelo que o contrato, que data de 2010, “se mantenha”, apesar da liquidação dos estaleiros.
“Não está a ser preparada nenhuma solução alternativa, nem foi solicitada pela PDVSA nenhuma solução alternativa”, apontou.
Os ENVC já receberam uma tranche de 10% do valor do contrato, utilizado em 2011 para pagar salários na empresa.
“Felizmente, neste momento, estamos num estádio de cumprimento elevado. Estamos com respiração para conseguirmos que o contrato se mantenha vivo”, garantiu Vicente Ferreira.
O grupo Martifer vai assumir em Janeiro a subconcessão dos terrenos, infra-estruturas e equipamentos dos ENVC, pagando ao Estado uma renda anual de 415 mil euros, até 2031. A nova empresa West Sea deverá recrutar 400 dos actuais 609 trabalhadores, que estão a ser convidados a aderir a um plano de rescisões amigáveis que custará 30,1 milhões de euros.