A liberalização da Alta Velocidade em Espanha, prevista para 14 de Dezembro, implicará investimentos de 1,8 mil milhões de euros dos três operadores.
Renfe, Rielsera (SNCF) e ILSA (Air Nostrum + Trenitalia) propõem-se investir 1,8 mil milhões de euros na Alta Velocidade ferroviária espanhola, de acordo com o que comunicaram à Adif e à CNMC.
A Renfe Viajeros, que já presta serviços AVE com 96 comboios, planeia adicionar à frota 30 unidades do fabricante Talgo (modelo Avril), além de 19 comboios resultados da transformação dos comboios-hotel da série Talgo 7. A companhia encomendou os Avril em Novembro de 2016 e prevê que estejam disponíveis para operar em 2021. Nesse contexto, o operador propõe investimentos superiores a 900 milhões de euros, que serão financiados com recursos próprios e através do contrato geral de tesouraria assinado com a Renfe Operadora.
Quanto à francesa SNCF, através da Rielsfera, pretende investir 700 milhões para operar em Espanha. Esse montante será parcialmente financiado com uma contribuição inicial de capital da casa-mãe. Em paralelo, a Rielsfera planeou linhas de financiamento corporativo para a aquisição de material circulante, bem como o reinvestimento dos resultados positivos das suas operações. A companhia pretende iniciar a operação em Dezembro de 2020 com nove comboios, aos quais acrescentará cinco unidades em Dezembro de 2022. O investimento é dividido entre material circulante, criação da rede comercial e na marca.
Em relação à ILSA, que tem como accionistas a espanhola Air Nostrum e o operador público italiano Trenitalia (a UE aprovou a operação em 25 de Fevereiro e a compra de acções foi formalizada a 27 de Fevereiro), o investimento previsto é de quase 200 milhões de euros. A companhia tem como objectivo iniciar operações , no começo de 2021, com 23 comboios alugados. O plano económico-financeiro da companhia prevê contribuições dos seus accionistas para financiar as operações durante os primeiros anos de actividade.
CNMC questiona planos de negócios
Embora a Adif tenha considerado que todas as ofertas das operadoras são técnica e financeiramente viáveis, a CNMC tem dúvidas sobre certos aspectos dos planos de negócios.
Em concreto, a autoridade de Concorrência do país vizinho questiona “a disponibilidade dos comboios nas datas indicadas, de sistemas de sinalização ao longo do eixo Sul (Madrid-Sevilha/Málaga) e a aprovação das linhas de crédito necessárias para efectuar os investimentos com que se comprometem”.
A entrada de qualquer novo operador no corredor Sul exige não apenas a disponibilidade de comboios, mas também equipamentos de sinalização LZB, que serão necessários até que a sinalização ERTMS esteja disponível nesse corredor.