Em menos de uma semana, o governo espanhol mais do duplicou os apoios ao transporte rodoviário para fazer face à crise dos combustíveis. Mas ainda há descontentes.
O governo espanhol e o Comité Nacional de Transporte Rodoviário firmaram na madrugada de ontem, ao cabo de 14 horas, um acordo que garante ao sector apoios de mais de mil milhões de euros.
A maior fatia será destinada a conter os efeitos do aumento do preço dos combustíveis, através de uma bonificação de 20 cêntimos por litro de gasóleo, gasolina, gás e AdBlue. Sendo que 15 cêntimos serão suportados pelo Estado e cinco cêntimos pelas gasolineiras. A estimativa é de uma poupança de 700 euros/mês por camião.
A bonificação manter-se-á até 30 de Junho, com um custo global estimado em 600 milhões de euros, mas poderá ser prolongada caso as circunstâncias o justifiquem.
Outros 450 milhões de euros estão destinados a ajudas directas aos transportadores, sejam de mercadorias, sejam de passageiros. As empresas receberão 1 250 euros por camião, 950 euros por autocarro, 500 euros por ligeiro de mercadorias e 300 euros por ligeiro de passageiros (táxis, TVDE, ambulâncias).
Entre as medidas acordadas, merecem ainda referência a devolução mensal do gasóleo profissional a partir de Abril (em vez de trimestral, como até aqui) e a duplicação – de dez para 20 milhões de euros – das ajudas ao abandono da actividade, já este ano.
Apesar do acordo, a Plataforma para a Defesa do Sector do Transporte Rodoviário de Mercadorias, que tem promovido paralisações de transportadores um pouco por toda a Espanha, decidiu manter os protestos até ser ouvida pela ministra dos Transportes, o que deverá acontecer ainda esta tarde.