O governo espanhol desistiu do de abrir o capital da Renfe Mercancias a um parceiro industrial. Ao invés, aposta num novo plano de reestruturação para retirar a empresa do vermelho.
A privatização da operadora espanhola, que começou a dar os primeiros passos já em 2015, previa a entrada de um parceiro industrial no capital da empresa, até um máximo de 49%, através de um aumento de capital.
A iniciativa foi sendo protelada, ao longo de 2016, também por causa da aproximação das eleições legislativas, primeiro, e do impasse que se instalou depois.
Agora surge a notícia de que a privatização parcial da Renfe Mercancias está definitivamente posta de lado.
Reestruturação passa por dispensar 11% do pessoal
Mas continua a ser necessário garantir a viabilidade da empresa, que no primeiro semestre do ano passado perdeu 20,9 milhões de euros, sendo mesmo a única das quatro empresas do grupo Renfe a manter-se no vermelho.
No âmbito da reestruturação, a operadora anunciou que vai reduzir o quadro de trabalhadores em 146 pessoas, cerca de 11% dos 1 300 colaboradores com que conta.
O ajuste, já em negociações, afectará sobretudo funcionários administrativos. Assim, sairão da companhia quase um quinto (24%) dos 600 “colarinhos brancos”, de preferência mediante transferências voluntárias para outras divisões da Renfe.
Quanto aos restantes recursos humanos da Mercancías, sobretudo maquinistas, a companhia espanhola só determinará se são necessários ajustes quando estiverem concluídos os processos de transferências e saídas voluntárias.
O plano prevê, além dos cortes de pessoal, o ajuste de outros custos, a entrada nos mercados internacionais, a aposta na intermodalidade e a optimização do transporte de mercadorias de e para os portos do país vizinho, de acordo com fontes do sector citadas pelo “Expansión”.