O governo espanhol pondera incentivar financeiramente os carregadores que optem pela ferrovia para o transporte internacional das suas mercadorias.
Os incentivos constam das “Bases Reguladoras da concessão de ajudas para o fomento do transporte internacional de mercadorias em intermodalidade ferroviária”, documento que está em fase de discussão e de que o “Diario del Puerto” apresenta as linhas gerais na sua edição.
Os incentivos serão concedidos aos carregadores que contratem directamente o transporte ferroviário, ou àqueles que estejam habilitados para intermediar o negócio. O valor do incentivo será de 21 euros por UTI efectivamente transportada. Cada empresa não poderá receber mais de 100 mil euros de incentivos num período de três anos consecutivos.
Serão elegíveis apenas os transportes internacionais, sejam à importação ou à exportação de Espanha, que impliquem uma mudança de bitola (ficarão assim de fora os transportes feitos já usando a linha UIC e também as ligações com Portugal, presume-se). Outra condição é que os transportes sejam feitos em comboios completos, compostos por um mínimo de 25 vagões.
A concessão dos incentivos estará limitada a um orçamento anual. O que pressupõe que nem todos os carregadores ou operadores receberão ajudas. O primeiro critério será o do número de UTI transportados. O segundo, que servirá para desempate, será o da tonelagem transportada.
Por isso, os incentivos serão sempre atribuídos no ano seguinte ao das operações de transporte.
O governo espanhol justifica estes incentivos com a intenção de fomentar o transporte internacional ferroviário de mercadorias e com a necessidade de compensar os sobrecustos que representa a mudança de bitola nas relações com o Centro da Europa.