O governo espanhol estará a preparar a nacionalização de nove concessionárias de auto-estreadas em ruptura financeira, adianta o “Expansión”.
De acordo com o periódico espanhol, o Ministério do Fomento estará a preparar uma nacionalização “expresso”, para ser concretizada já em Março.
As nove concessionárias em causa terão dívidas acumuladas de 3,7 mil milhões de euros.
A queda das concessionárias espanholas tornou-se evidente em Maio do ano passado, quando a gestora AP 41, a auto-estrada Madrid-Toledo, participada pelo BES, entrou em processo de insolvência para tentar renegociar as dívidas.
Em Setembro, outras duas concessionárias seguiram o mesmo caminho: a Acessos Madrid (que gere a Radial 3 e a Radial 5 da capital) e a Radial 4.
Entre os accionistas das concessionárias em dificuldades contam-se algumas das mais importantes construtoras espanholas e também várias “Caixas” regionais.
A quebra do tráfego e os sobrecustos decorrentes das expropriações são, em regra, as razões directas invocadas para explicar a quebra das concessionárias. Por detrás, estão a difícil conjuntura económico-financeira do país vizinho, a alta dos combustíveis (agravada pelo aumento do IVA), o aumento do custo das portagens (idem) e, em muitos casos, a existência de vias alternativas não portajadas.
Também por cá são várias as concessionárias de auto-estradas em dificuldades. Os analistas falam numa verdadeira “bomba-relógio” que poderá explodir a todo o momento, não se sabendo se isso acontecerá nas mãos das concessionárias ou do Estado. Tudo por causa dos pedidos de reequilíbrio financeiro apresentados, e que já ultrapassam os 2,5 mil milhões de euros.
Pelo menos duas concessionárias controladas pela Brisa estão já, na prática, sob domínio da banca. Mas poderão surgir novos casos.