Em plena campanha para as Eleições Legislativas, de que há-de resultar a formação do próximo Governo, o TRANSPORTES & NEGÓCIOS inquiriu dirigentes de algumas das mais significativas associações sectoriais sobre o que esperam da governação do País nos próximos quatro anos. Hoje é a vez do presidente da Agepor.
Depois do presidente da Adfersit, Mário Lopes, do presidente do Conselho Português de Carregadores, Pedro Viegas Galvão, e do presidente da Antram, Gustavo Paulo Duarte, hoje é a vez do presidente da Agepor, Rui d’Orey, fixar as expectativas dos agentes de navegação.
Note-se que a publicação dos depoimentos tem como único critério a ordem por que vão sendo recebidos.
RUI D’ OREY – Presidente da Agepor
Em primeiro lugar, e determinante seria ver a importância dos portos reflectida, no seu tratamento, pela orgânica do novo Governo. E isso não se limita à sua responsabilidade directa, mas também à sua articulação com outros Ministros e ou Ministérios que tutelam as áreas que influem decisivamente no desempenho dos portos. A tutela teria que ter um papel destacado na estrutura e hierarquia do Governo para que as medidas que possa vir a tomar no sentido da optimização de toda a cadeia logística sejam inquestionáveis. Seria também uma mensagem e um sinal claro, para dentro e para fora do País, da importância que o Governo atribui ao Sector.
Em segundo lugar, a AGEPOR espera que a linha orientativa dos investimentos apontada pelo Grupo de Trabalho do IEVA e pelo actual Governo no PETI3+ tenha uma continuidade na próxima Legislatura. Espera-se que, contrariamente ao que tem sido habitual, não se volte a estudar e a reformular toda a política de investimentos a realizar no Sector, mas que apenas se ajustem, se eliminem ou acrescentem os projectos que, face à realidade actual, necessitem ser ajustados. Neste capítulo a AGEPOR defende que se deve tirar partido e aproveitar a falta, sobretudo para alguns dos “players”, de terminais “hub” na região e, embora obedecendo aos critérios de coesão e ordenamento territorial, abrir o máximo de possibilidades de localização sem, contudo, querer impor, à partida, um determinado local.
Em terceiro lugar, mas não menos importante, a AGEPOR espera que sejam rapidamente concluídas todas as questões e negociações relacionadas com o modelo de concessões, e que tendo em conta as restrições de capacidade identificadas no estudo da AdC, avancem, sem demora, medidas que venham suprir essa lacuna, nos portos e sectores de carga mais afectados. Neste momento e no que respeita aos contentores existe já, em determinados terminais / portos, congestão com reflexos negativos na produtividade. Este é um dos principais desafios que o Sector vai enfrentar se mantiver, como todos esperamos, o ritmo de crescimento actual.
Finalmente, a AGEPOR espera que o futuro Governo continue a olhar para os Agentes de Navegação e para a sua Associação como parceiros empenhados e activos e essenciais na construção de um Sector cada vez mais forte em Portugal.