Os governadores de três estados do Brasil – Mato Grosso, Acre e Rondónia – assinaram esta semana um protocolo de intenções para a construção de uma linha de caminho-de-ferro que ligará os oceanos Atlântico e Pacífico, noticiou a imprensa brasileira.
A cerimónia de assinatura do protocolo de intenções, segunda-feira em Ji-Paraná, Rondónia, contou com as presenças do embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, e de um grupo de 23 empresários chineses que estão a efectuar uma ronda pelas cidades que virão a ser beneficiadas com a construção da denominada “Ferrovia Transoceânica.”
Este protocolo é resultado de uma parceria estratégica e dos 35 acordos assinados pela presidente Dilma Rousseff e pelo primeiro-ministro da
China, Li Keqiang, em 19 de Maio passado, um dos quais contempla o estudo de viabilidade da construção da Ferrovia Transoceânica, que, de acordo com o projectado, sai do Rio de Janeiro, passa por Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondónia, Acre e termina no Peru.
Especialistas citados pela imprensa brasileira afirmam que os investimentos na linha de caminho-de-ferro podem ascender a 10 mil milhões
de dólares, sendo os mais beneficiados os produtores rurais do Mato Grosso, que teriam um percurso mais curto para escoar as respectivas
colheitas, principalmente de soja.
A China importou em 2014 daquele estado brasileiro produtos no valor de 4,9 mil milhões de dólares, dos quais 4,6 mil milhões de dólares na
fileira soja – grão, farelo e óleo.
A “Ferrovia Transoceânica” terá uma extensão de 5 300 quilómetros, 4 400 dos quais em território brasileiro, levará seis anos a ser
construída e conta já entre os interessados com a China International Water & Electric Corporation (CWE), uma subsidiária da China Three Gorges Corporation (que em Portugal controla a EDP).