Os estivadores do porto de Lisboa decidiram hoje avançar com uma greve parcial e visando apenas as empresas do Grupo Yilport e a TMB.
Em plenário convocado pelo SEAL, os estivadores decidiram realizar uma primeira greve, durante dez dias, em que trabalharão apenas o segundo turno dos dias úteis. Seguir-se-á uma greve total por 11 dias consecutivos.
Em ambos os casos, apenas serão visadas quatro das sete empresas associadas da A-ETPL, isto é, as três empresas controlada pelo Grupo Yilport e a TMB. O SEAL justifica a discriminação “por serem estas as empresas que se revelaram apostadas em enviar a A-ETPL para uma situação de pré-insolvência, com o objectivo de se libertarem da dívida de milhões de euros que têm acumulado perante o seu quadro de pessoal que integra perto de centena e meia de estivadores”, avança a informação divulgada pelo sindicato.
A paralisação visa protestar contra o alegado incumprimento do CCT e contra os sucessivos atrasos no pagamento dos salários aos estivadores.
Nos últimos dias, a troca de “recados” entre o SEAL e os operadores subiu de tom, com o sindicato a reclamar a actualização dos preços cobrados pela A-ETPL aos seus clientes / accionistas, e a A-ETPL a propor, ao invés, uma redução nos salários praticados.
Em Lisboa como em Setúbal (onde a paralisação parcial se iniciou ontem), a greve anunciada visa essencialmente as empresas do Grupo Yilport, com o sindicato dos estivadores apostado em vincar uma alegada existência de clivagens entre o grupo turco e os demais operadores.
Para já ainda não se sabe quando regressarão as greves de estivadores ao porto de Lisboa. Certo é que, a concretizarem-se, o tráfego de contentores será o mais prejudicado.