No balanço da primeira semana de greve em Lisboa, o sindicato dos estivadores acusa os operadores portuários de estarem a provocar o caos generalizado e danos irreversíveis à economia nacional e ao próprio porto.
A primeira semana passou sem que os trabalhadores portuários concretizassem a anunciada paralisação “porque, até agora, ainda não se verificou qualquer das condições anunciadas no pré-aviso de greve”. No entanto, “a actividade portuária em Lisboa descambou para um autêntico e generalizado caos”, denuncia o sindicato dos trabalhadores portuários do Centro e Sul, em comunicado.
Os estivadores trabalharam, inclusivamente terão realizado trabalho suplementar (“embora as empresas estejam a desrespeitar a legislação em vigor, dado a maior parte dos estivadores já ter ultrapassado os limites legais de trabalho suplementar”), é dito.
“Como podem as empresas portuárias de Lisboa explicar que, neste contexto, a maior parte das operações portuárias estejam a sofrer quedas brutais de produtividade, equipas de trabalho sejam anuladas, navios estejam a aguardar durante várias dias a possibilidade de operarem, e outros navios estejam a ser desviados para outros portos?”, acusa o sindicato.
No comunicado é também denunciado o facto de “alguns patrões” continuarem a “recrutar nos bastidores” “mão-de-obra alternativa”. E ainda “a tentativa de substituição de 50 estivadores precários há oito anos, a quem pretenderam alterar o contrato de trabalho já depois do anúncio da greve na tentativa de perpetuar a sua precariedade”.
No texto divulgado, o sindicato dos trabalhadores portuários do Centro e Sul insiste nas críticas à anunciada venda dos terminais portuários [da Tertir] “a capital estrangeiro” e denuncia o que diz serem tentativas de “pelo menos algumas” empresas portuárias para “provocar um crescente caos no porto de Lisboa, danos irreversíveis à economia nacional e ao próprio porto, ao serviço de outros interesses, nomeadamente imobiliários”.
A greve dos estivadores iniciou-se no passado dia 14 e deverá prolongar-se até 11 de Dezembro. Em causa está o fim do CCT.