Em solidariedade com Lisboa e contra o fim das empresas de trabalho portuário, os estivadores de Setúbal voltam à greve, mas poupam a Autoeuropa.
Reunidos em plenário, os estivadores da Operestiva e Sadoport decidiram fazer duas horas de greve ao primeiro turno e uma hora de greve ao segundo turno”, anunciou o SEAL, em comunicado. Já os estivadores da Setulsete, Tersado e Setefrete farão greve ao trabalho suplementar em dias úteis, acrescentou.
Os termos do pré-aviso de greve ainda não foram divulgados, mas à “Lusa” o presidente do sindicato dos estivadores avançou que a paralisação de iniciará a 16 de Março, e que “os trabalhadores decidiram, pelo menos para já, poupar a Navipor, empresa que opera os navios que asseguram o transporte de automóveis produzidos na fábrica da Autoeuropa, em Palmela”.
Segundo António Mariano, as greves parciais decididas hoje “não são apenas uma forma de solidariedade com os trabalhadores do Porto de Lisboa, mas também uma mensagem de que não aceitam a estratégia das empresas de Lisboa, que também estão em Setúbal”.
“Os estivadores de Setúbal não aceitam esta estratégia de encerramento das empresas de trabalho portuário existentes, para depois abrirem outras ali ao lado, com perda de direitos e regalias dos trabalhadores”, disse António
Mariano.
Recorde-se que no passado dia 3 arrancou uma greve ao trabalho suplementar dos estivadores ao serviço da Sadoport, que era para durar duas semanas mas foi desconvocada ao terceiro dia, com o SEAL a acusar a Operestiva de violar o direito à greve.
Os estivadores de Lisboa iniciaram no passado dia 19 uma greve parcial contra quatro empresas de estiva, reclamando o cumprimento do CCT e o pagamento dos salários em atraso. Dois dias depois, nova greve foi decidida, agora total, de 9 a 30 de Março, em protesto contra a decisão dos sócios da A-ETPL de avançarem com o pedido de insolvência da empresa, ao mesmo tempo que o Grupo ETE anunciou a criação de uma nova empresa de trabalho portuário.
