O Grupo ETE “tem todas as condições” para operar no transporte de mercadorias no Douro, mantendo para isso contactos com a APDL e com potenciais clientes, garante o presidente do grupo, Luís Nagy, em entrevista ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS.
Pioneiro no transporte fluvial de mercadorias, o Grupo ETE tem planos para desenvolver essa actividade, no Tejo, naturalmente, mas também no Douro.
“Olhamos com muito interesse [para o projecto da navegabilidade do Douro]. Temos todas as condições para o fazer. Inclusive, o rebocador-empurrador que construímos, algumas das suas características foram já a pensar no Douro”, diz o gestor.
Com capacidade para rebocar/empurrar “carga que seria carregada em 400 camiões”, a nova embarcação, construída na Navaltagus (empresa do Grupo), “é curta e muito manobrável”, particularmente indicada para o Douro.
Mas não só. “Também já estudamos os batelões que terão de ser utilizados no Douro. E temos vindo a falar com a APDL e com potenciais clientes. É algo que nos interessa bastante”, garante Luís Nagy.
A APDL tem em curso um projecto de investimento na via navegável do Douro, no valor de 75 milhões de euros, com o objectivo de franquear o rio, 24/24 horas, a navios de maiores dimensões, em 2020. “Da nossa parte estamos completamente preparados”, remata o dirigente do Grupo ETE.
Interface de Castanheira do Ribatejo
No Tejo, onde o Grupo ETE há muito opera no transporte de mercadorias, a aposta de futuro passa pela construção do cais da Castanheira do Ribatejo, paredes meias com a plataforma logística de Lisboa Norte.
Objectivo: “criar um interface entre o tráfego fluvial e o transporte rodoviário, para evitar a entrada de camiões em Lisboa para carregar/descarregar”, resume Luís Nagy.
As cargas, contentores, serão canalizadas de/para os diversos terminais do porto de Lisboa por via fluvial. “Já tivemos conversas com a Yilport nesse sentido”.
O facto de a solução proposta implicar mais operações de manipulação das cargas não significará um aumento de custos. Até porque, avisa o gestor, os custos do transporte de camião tenderão a crescer com a internalização dos custos externos.