O governo chinês confirmou hoje que uma delegação sua vai viajar para os Estados Unidos, para preparar a reunião de alto nível que tentará, em Outubro, concluir um acordo que ponha fim à guerra comercial.
O vice-ministro das Finanças chinês, Liao Min, liderará a delegação, que chega amanhã aos Estados Unidos.
“A visita abrirá caminho para a décima terceira rodada de consultas económicas e comerciais de alto nível China – Estados Unidos, em Outubro, em Washington”, lê-se no despacho da agência noticiosa oficial Xinhua.
Pequim e Washington, que travam há mais de um ano uma guerra comercial, têm vindo a dar sinais de apaziguamento.
Na semana passada, a China anunciou que excluirá alguns produtos norte-americanas de taxas alfandegárias adicionais, nomeadamente químicos industriais e fármacos, e que retomará a compra de soja e carne de porco aos
EUA.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu também adiar o aumento de taxas alfandegarias, de 25% para 30%, sobre um total de 250 mil milhões de bens importados da China.
Washington e Pequim aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.
No cerne da guerra comercial está a política de Pequim para o sector tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes actores globais em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.
Os Estados Unidos consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.
As disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo ameaçam também a economia mundial: o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu este mês as suas projecções de expansão global para 3,2%, em 2019, uma décima a menos do que as previsões feitas em Abril.