Com a compra da Igacargo, a Euroatla praticamente duplica de tamanho, mas a ideia é não ficar por aqui, avançou a directora-geral da empresa ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS.
A Euroatla anunciou a compra de 100% da Igacargo, transitário nortenho com uma particular vocação para a carga aérea.
Em comunicado, a Euroatla referiu que com a integração da Igacargo duplicará a equipa “para cerca de 40 colaboradores”, e que a combinação das duas operações resulta “num volume de negócios combinado de aproximadamente 25 milhões de euros, e um EBITDA de 2 milhões (dados de 2023)”.
Sandra Ayres, directora-geral da empresa, citada no comunicado, sublinhou a relevância da aquisição, dizendo que “iniciamos uma nova fase de crescimento que nos traz novos desafios, oportunidades e longevidade. Somos uma estrutura familiar e centrada no cliente, e assim continuaremos. Manteremos a nossa essência, procurando adquirir negócios e parcerias que nos fortaleçam no mercado, mantendo a nossa cultura e criando oportunidades de crescimento e carreira para a nossa equipa, agora alargada”.
Mas, porquê a Igacargo? Questionada pelo TRANSPORTES & NEGÓCIOS, Sandra Ayres justificou a escolha “pela sua especialização e reputação no sector de logística e transporte de mercadorias. A empresa oferece serviços de excelência, com um foco na proximidade aos clientes e fornecedores. A integração da Igacargo pode fortalecer a posição da Euroatla no mercado, especialmente em termos de diversificação de serviços e de dimensão e vice-versa”.
Quanto ao futuro da marca Igacargo, permanece em aberto. “Em casos de aquisições, é comum que as empresas absorvidas mantenham a sua marca, ao menos por algum tempo. O destino da marca Igacargo dependerá da estratégia comum que ainda estamos a construir”, referiu a responsável.
Crescer é um imperativo para a Euroatla e crescer com novas aquisições não está fora de causa, pelo contrário. “Sim – referiu Sandra Ayres -, o crescimento por aquisições faz naturalmente parte da estratégia de expansão e penetração em novos mercados e aumento da oferta de serviços. No entanto, não temos qualquer agenda a curto prazo nesse sentido”.
Ou seja, por ora não há novos negócios em perspectiva, “mas somos um player atento”, reforçou.
A Euroatla (e doravante a Igacargo) partilha os sócios e a gestão de topo da Euronave, mas Sandra Ayres recusa falar na existência de um grupo. No final de Maio passado foi anunciada uma reestruturação e reposicionamento estratégico das duas empresas, apostando na especialização das respectivas actividades, com a Euroatla a assumir a responsabilidade total sobre a actividade transitária e logística associada, e a Euronave concentrada exclusivamente na representação da COSCO Shipping.