A IATA reviu em forte alta as previsões de lucros para o sector anunciadas ainda em Setembro: de 8,9 mil milhões de dólares passou para 15,1 mil milhões de dólares.
Um terceiro trimestre excepcional levou a IATA a refazer as contas, ainda que o essencial da situação por detrás dos números se mantenha estável, como fez questão de referir o ainda CEO da organização. Ou seja, a subida dos lucros pode parecer, e é, muito em termos absolutos mas representa apenas 1% do volume de negócios esperado.
E, o que é pior, a situação tenderá a “normalizar” em 2011, o que significa que os lucros, e as margens, voltarão a diminuir no próximo ano.
A Europa continua a ser o “patinho feio” no seio da família da IATA, prevendo-se que este ano as companhias do Velho Continente lucrem apenas 400 milhões de dólares, e para o ano se fiquem pelos 100 milhões. Culpa das dificuldades da economia europeia, mas também da política dos governos nacionais, que continuam a taxar o sector.
As companhias da Ásia-Pacífico serão as mais lucrativas este ano, com um agregado de 7,7 mil milhões de dólares, destacando as transportadoras da R.P. China. Na América do Norte os lucros chegarão aos 4,4 mil milhões de dólares. Na América Latina serão 1,2 mil milhões, no Médio Oriente 700 milhões e em África 100 milhões.
As previsões assentam num aumento de 8,9% no tráfego de passageiros (7,7% previstos ainda em Setembro), numa subida de 7,3% nas margens, num volume de receitas de 565 mil milhões (cinco mil milhões mais) e num custo médio do barril de brent nos 79 dólares.
Para 2011, a previsão dos lucros para o sector fica-se, por agora, nos 9,1 mil milhões de dólares (5,3 mil milhões antecipados em Setembro), assim distribuídos: 4,6 mil milhões na Ásia-Pacífico, 3,2 mil milhões na América do Norte, 700 milhões na América Latina, 400 milhões no Médio Oriente e os tais 100 milhões na Europa. As companhias africanas ficarão sobre a linha de água.
A IATA prevê para o próximo ano o agravamento das condições do mercado, nomeadamente com o aumento do custo do combustível, o abrandamento do crescimento económico e o agravamento das taxas impostas ao sector, em particular na Europa.
Este ano, as margens das companhias ficar-se-ão pelos 2,7% e em 2011 cairão para os 1,5%. Níveis patéticos, como os classificou Giovanni Bisignani, que não chegam para remunerar o capital, disse.