A Europa devia ter apoiado a ferrovia nesta crise pandémica “com a mesma rapidez” com que resgatou companhias aéreas.
Salientando que as empresas ferroviárias “tiveram de enfrentar uma enorme quebra de passageiros e de receitas”, o ministro Pedro Nuno Santos afirmou que “a Europa devia ter avançado para ajudar os operadores ferroviários com a mesma rapidez com que avançou para resgatar companhias aéreas”.
“É evidente que o sector ferroviário precisará de ser ajudado pelos Estados, ainda para mais se queremos que ele esteja no centro da recuperação económica”, sustentou o governante durante a sessão de encerramento da Portugal Railway Summit 2021, uma iniciativa da PFP – Plataforma Portuguesa de Cluster Ferroviário, no âmbito do Ano Europeu do Transporte Ferroviário e da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).
Portugal com “uma visão estratégica”
Falando de Portugal, o ministro garantiu existir hoje “uma visão estratégica para o caminho de ferro” que assenta na renovação do material circulante com “o máximo de incorporação da indústria nacional” e pela aposta na investigação e inovação ferroviárias.
“As dificuldades do curto prazo não desapareceram completamente, e ainda nem sequer falei dos novos problemas causados pela pandemia, mas hoje estou em muito melhores condições para poder falar-vos de uma visão estratégica para o caminho de ferro em Portugal”, afirmou Pedro Nuno Santos.
Embora admitindo que “os problemas [da ferrovia em Portugal] não estão todos resolvidos, o governante salientou que “as obras em todos os principais corredores ferroviários do país já [estão] no terreno ou em concurso” e foi recuperado “material circulante suficiente para reduzir as supressões ao mínimo, sobrando apenas casos imprevistos que é impossível evitar”.
“E não nos esqueçamos que, independentemente das medidas Covid, a CP tem mantido 100% da oferta a funcionar nos serviços urbanos e regionais, precisamente aqueles onde tínhamos mais problemas”, disse.