A ferrovia não será opção para o transporte de mercadorias entre a Península Ibérica e o resto da Europa pelo menos nos próximos 20 anos, estima o Tribunal de Contas Europeu.
“Durante pelo menos outros 20 anos, o transporte de mercadorias com origem e destino na Península Ibérica continuará a realizar-se em grande medida por via marítima ou por rodovia (o que talvez impeça a redução das emissões de carbono”, refere o Tribunal de Contas Europeu no último relatório especial sobre a evolução da construção da RTE-T.
No relatório, os juízes avaliaram uma amostra de oito projectos da Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T), envolvendo 13 estados-membros, e concluíram que é “muito improvável” que a rede “core” da RTE-T esteja operacional em 2030, como assumido pela Comissão Europeia em 2013.
Entre os projectos avaliados estão o Y basco e a ligação a França, o Rail Baltica, a ligação ferroviária Lyon-Turim, o túnel de base do Brenner, a auto-estrada A1, a ligação Sena – Escalda, a ligação fixa do Estreito de Fehmarn e a ligação ferroviária E59.
Os atrasos na concretização dos projectos em causa – ferroviários, rodoviários, fluviais e combinados – chegam a aproximar-se das duas dezenas de anos face ao inicialmente previsto. Devido às diferentes prioridades dos governos envolvidos (tratam-se de projectos transfronteiriços), mas também às deficiências e alterações dos projectos.
O Tribunal de Contas Europeu denuncia também o aumento dos custos face ao orçamento inicial. A diferença contabilizada, só nos oito projectos analisados, atinge os 47%, ou 17 mil milhões de euros.
Como se tudo isso não bastasse, os juízes questionam a qualidade das previsões dos custos-benefícios e da sustentabilidade de alguns projectos assentes em previsões de tráfegos empoladas.
O relatório conclui, assim, pela necessidade de acelerar a concretização dos projectos da rede “core” da RTE, para o que incita a Comissão Europeia a utilizar os (poucos) instrumentos que tem ao seu dispor para “obrigar” os estados-membros a cumprirem com o previsto no longo prazo.
» Relatório do Tribunal de Contas Europeu
Portugal leva 30 anos de atraso na ferrovia, de Elvas para Évora que devia seguir para Sines no transporte das mercadorias e para Lisboa nos passageiros estamos falar de Portugal “no seu pior” em termos execução do Plano Ferrovia 2000, talvez em 2030 Lisboa e Madrid estejam ligadas, já era óptimo !!