A Europa deverá confrontar-se com falta de pilotos de avião já em 2022 e o problema tenderá a agravar-se nos anos seguintes, de acordo com um estudo da consultora Oliver Wyman.
“Em 2022 devem faltar mais de 790 pilotos em companhias aéreas europeias e em 2023 vão estar em falta perto de 2 300 destes profissionais”. O estudo da Oliver Wyman estima que o problema se adense de ano para ano, chegando a 2029 com a necessidade de “3 900 pilotos apenas na aviação europeia”, lê-se numa nota divulgada a propósito.
De acordo com a Oliver Wyman, no total “estima-se que faltem cerca de 60 mil pilotos da aviação civil em todo o mundo”.
“A Covid-19 afectou fortemente a necessidade de pilotos, com o corte abrupto de viagens de turismo e de trabalho”, lembra a consultora, que estima que no ano passado terão havido 23 376 profissionais parados, “sem oportunidade de voar, apenas na Europa”.
A Oliver Wyman acredita que a recuperação na aviação, no segmento dos passageiros, “comece no início de 2022”, mas explicou que “a procura de pilotos, no entanto, é determinada mais pelo número de partidas de aviões, não tanto pelo número de passageiros”.
“Embora se espere que muitos dos pilotos dispensados durante a pandemia voltem aos seus cargos, entre 25 mil e 35 mil actuais e futuros profissionais poderão optar por alternativas de carreira na próxima década”, alertou ainda a consultora.
“A crise pandémica expôs a natureza cíclica desta profissão, com muitos pilotos a terem sido dispensados devido à súbita diminuição de voos, e muitos outros ficado em situação de instabilidade económica, contrariando a imagem tradicional de uma carreira estável, lucrativa, e atraente”, destacou a consultora.
Além disso, a pandemia levou a que muitas companhias aéreas “interrompessem os programas de treino para novos pilotos, em muitos casos devido aos bancos terem cortado o financiamento para essas ações”, referiu.
Para a Oliver Wyman, neste cenário, as companhias aéreas devem “adoptar soluções rápidas, que passam necessariamente pela optimização dos recursos humanos existentes; pela aposta firme na formação de novos pilotos, e pelo empenho na aplicação das ferramentas necessárias para a retenção de talentos”.
A TAP iniciou no mês passado um processo de despedimento colectivo de 124 trabalhadores, que abrange 35 pilotos.