A Eurotunnel reclama uma quota de mercado de 36% no tráfego de passageiros e mercadorias na Mancha, muito próximo dos 38% que atingiu antes do incêndio que sofreu em 2008.
A retoma da quota de mercado é particularmente importante porque acontece na sequência de uma “guerra de preços” que envolveu também os operadores de ferries do Canal, a SeaFrance e a P&O. A SeaFrance está à venda e a P&O está a implementar um processo de reestruturação e de redução de custos.
No último trimestre, a Eurotunnel aumentou o seu volume de negócios em 8%, para 181,3 milhões de euros. Considerando o input das companhias entretanto adquiridas, o crescimento foi de 27% para 212,1 milhões de euros.
Entre Julho e Setembro, o transporte de camiões (nos “truck shuttles”) cresceu 50%, em unidades, para os 282 976. Ao invés, realizaram-se menos comboios de mercadorias (486 contra 629 há um ano) e a tonelagem transportada decaiu cerca de 20 mil toneladas para a casa das 271 mil. Enquanto os “truck shuttles” são operados pela Eurotunnel, os comboios de mercadorias são realizados pela DB Schenker, pela SNCF e pela Europorte (participada da Eurotunnel).
No balanço dos nove primeiros meses do ano, o crescimento no tráfego de camiões na Mancha foi de 44%, com 783 951 viaturas contabilizadas. Já o número de comboios de mercadorias acusou uma quebra de 10%, para as 1 588 composições, enquanto a tonelagem transportada recuou apenas 1% para cerca das 860 mil toneladas.
Quanto ao volume de negócios, desde Janeiro a Eurotunnel registou 549,6 milhões de euros, uma subida de 25% que inclui as aquisições feitas. Sem elas, o volume de receitas ascendeu a 483 milhões de euros, mais 10% em termos homólogos.
As perspectivas para o futuro são positivas, de acordo com os responsáveis, quer por via da integração e sinergias criadas com as empresas adquiridas, quer porque os concorrentes marítimos não estarão em condições de manter a “guerra” comercial que mantiveram desde 2008.