Um novo estudo em Espanha parece confirmar o alerta da IRU, há dois anos, sobre os custos da introdução da Eurovinheta para as economias dos países periféricos.
Em Espanha como, tudo o indica, em Portugal: a cobrança da Eurovinheta penalizará sobretudo os transportadores nacionais. Porque são poucos os forasteiros.
Um estudo encomendado pelo Ministério do Fomento terá concluído que oito em cada dez camiões que circulam nas estradas do país são espanhóis, em linha com uma quota de mercado de cerca de 80% no transporte rodoviário de mercadorias.
A eventual introdução da Eurovinheta no país vizinho afectaria uns 360 mil camiões espanhóis e apenas 80 mil veículos de outros países.
Contas feitas, e assumindo como bons os números que apontam para uma receita de três mil milhões de euros logo no primeiro ano de cobrança da Eurovinheta, os transportadores espanhóis suportariam uma factura de cerca de 2,4 mil milhões de euros.
Na prática, este estudo encomendado pelas autoridades de Madrid vem confirmar uma análise divulgada há dois anos pela IRU, segundo a qual a introdução da Eurovinheta penalizaria os transportadores e as economias dos países periféricos. Na altura, alertava-se para o facto de os transportadores dos países periféricos serem obrigados a pagar para circularem no Centro da Europa e, também, serem quase os únicos a pagar nos seus próprios países – onde poucos são os camiões estrangeiros a operar.
Os estados-membros da União Europeia têm até Outubro do próximo ano para transporem a Directiva Eurovinheta. Mas a sua aplicação pode variar de país para país. A França, a Alemanha, a Áustria, a República Checa ou a Hungria já estão a cobrar.
O governo de Mariano Rajoy já disse que não implementará a Eurovinheta, pelo menos enquanto durar a actual crise, que muito tem afectado também os transportadores rodoviários de mercadorias.