O ex-CEO da Groundforce, Paulo Neto Leite, afastado por Alfredo Casimiro, integra um grupo que fez uma oferta pelas acções da empresa que o Montepio está a vender, confirmou à “Lusa”.
“Desde o momento em que saí da Groundforce que mantive e mostrei interesse, porque acredito na empresa, nos trabalhadores e acredito que as coisas têm que ter uma solução que passe por não usar os trabalhadores como plataforma de pressão”, referiu, acrescentando que participou numa “proposta robusta” à compra das acções, sem revelar quem são os parceiros.
“Está um processo a decorrer e eu entendo que todas as partes estão focadas em que exista um player internacional”, indicou.
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse hoje que o Estado e a TAP irão assegurar uma solução para a Groundforce, mesmo que falhe o processo de venda das ações da empresa, a cargo do Montepio.
Para Paulo Neto Leite, a existência desta solução do Governo é algo “excelente”. “A TAP precisa da Groundforce, o turismo precisa da Groundforce e o PIB precisa da Groundforce”, salientou.
“Não podemos estar reféns da opinião e dos desejos de uma pessoa que nuns dias quer uma coisa e noutros quer outra”, referiu, indicando que as declarações de Pedro Nuno Santos mostram que “há varias opções”.
Quanto às dívidas que a empresa tem para com a ANA, que já motivaram a gestora a avisar que poderá avançar com a revogação de licenças, Paulo Neto Leite disse que “uma empresa não pode sobreviver apenas pagando salários, os fornecedores também têm eles próprio salários para pagar, tem de haver um enquadramento para que a empresa tenha viabilidade”.
Em 10 de Maio, a assembleia-geral de avcionistas da Groundforce deliberou a “destituição por justa causa e com efeitos imediatos” de Paulo Leite, ex-presidente executivo do grupo, por actos de gestão “que lesaram a empresa”, de acordo com um comunicado.
Na nota, a Pasogal, de Alfredo Casimiro, principal accionista da empresa de handling – e que assumiu desde então a presidência executiva da empresa -, referiu que foi decidida, “por unanimidade, a destituição por justa causa e com efeitos imediatos do Eng. Paulo Leite, que foi até há pouco o CEO da empresa”.
“Esta deliberação fundamenta-se na prática de sucessivos actos de gestão que lesaram a empresa, bem como de notícias alimentadas pelo próprio e nunca desmentidas, que contribuíram para a deterioração do ambiente interno e da relação entre os seus accionistas”, referiu.