Pela primeira vez desde a pandemia, as exportações de componentes automóveis caíram em 2024, e 2025 antecipa-se difícil.
As exportações de componentes automóveis totalizaram 11,785 mil milhões de euros em 2024, segundo os cálculos da AFIA, a associação do sector. Um recuo de 4,5% face ao ano recorde de 2023 (12,345 mil milhões de euros), mas ainda o segundo melhor resultado de sempre da indústria.
Pior que a quebra verificada são as perspectivas sombrias para 2025. “Os dados para o futuro próximo não são animadores. A redução das vendas de veículos no mercado europeu, juntamente com os sinais de queda, informados pelos clientes, que temos vindo a registar, deixam antever tempos ainda mais conturbados para o sector automóvel, o que fará com que, provavelmente, as empresas tenham de ajustar a actividade e a capacidade de produção que existe neste momento no nosso país”, avisa José Couto, presidente da AFIA, citado em comunicado.
A Europa é, de longe, o principal destino das exportações nacionais de componentes automóveis, com uma quota de 88,5%. Mas as vendas para o Velho Continente caíram 5,1% já em 2024.
Espanha é o principal mercado, com uma quota de 28,3%, seguida da Alemanha (23,4%) e de França (8,4%). Espanha e França compraram menos em 2024 – -2,8% e -22,7%, respectivamente -, enquanto a Alemanha cedeu apenas 0,4%.
Em alta, mas com muito menos expressão, estiveram as vendas para os EUA (vale 4,9% do total), Suécia (2,6%), Chéquia (2,3%), Marrocos (2,1%) e Áustria (1,7%).
Apesar da quebra global, a AFIA insiste na importância do sector para as exportações nacionais, tendo representado 14,9% das vendas para o exterior de bens transaccionáveis no ano passado.