As exportações de madeira e mobiliário aumentaram 24% para os mercados fora da Europa em 2020, segundo a AIMMP.
“Curiosamente, mesmo durante a pandemia, em 2020, nos mercados fora da Europa, as nossas exportações, em vez de cair, aumentaram 24%”, disse o presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), Vítor Poças, à “Lusa”, no Dubai.
O dirigente acrescentou ainda que, em 2020, o sector perdeu, globalmente, 12% das suas exportações, sendo que 9% referem-se a perdas das indústrias de madeira e suas obras e cerca de 13% das empresas de mobiliário, colchoaria e iluminação.
A AIMMP encontra-se numa missão empresarial no Dubai, desde ontem e até dia 3, na qual participam 25 empresas portuguesas do sector, para apresentarem os seus produtos naquele “importante mercado dos Emirados Árabes Unidos”.
O programa da missão inclui diversos eventos de promoção, nomeadamente a participação na mostra The Hotel Show Dubai onde, em articulação com a AICEP (que criou a marca Made in Portugal naturally), irá apresentar o projecto Associative Design – The Best of Portugal, financiado em 85% pela agência.
Segundo a associação, entre 2010 e 2020, as exportações de madeira e produtos de madeira para o mercado dos Emirados Árabes Unidos cresceram de oito milhões de euros para 15 milhões, representando 0,7% do total das exportações do sector.
Globalmente, apontou Vítor Poças, o sector das indústrias da madeira e mobiliário cresceu, em nove anos, mil milhões de euros de exportações, passando de 1 500 milhões de euros, em 2011, para 2 600 milhões de euros, em 2019, tendo como principais mercados Espanha, França e Reino Unido.
Conforme explicou o dirigente da AIMMP, o sector é “altamente superavitário”, uma vez que exporta muito mais do que importa.
“O sector, em 2015, atingiu 900 milhões de euros de balança comercial positiva e, com estas medidas que foram tomadas, designadamente o incentivo ao consumo e a recuperação dos rendimentos, nos últimos anos perdeu saldo da balança comercial e passou de 900 para 650 milhões, porque as exportações continuaram a crescer, mas a taxa de crescimento das importações foi superior à taxa de crescimento das exportações”, salientou Vítor Poças.
Depois de mais de um ano de pandemia, as empresas do sector estão “um bocadinho descapitalizadas”, embora a AIMMP considere que, tendo em conta os efeitos da pandemia na economia nacional, a indústria de madeira e mobiliário “tem dado mostras de que tem sido resiliente e aguentado bem a crise”.
“Na crise de 2011, 2012, é impressionante como é que o sector pegou nas malas e foi à procura de novos mercados, porque havia muitas empresas que estavam muito dependentes do mercado nacional e, portanto, conseguiram ir à procura de novos mercados e realmente repôr aquilo que perderam na crise de 2012”, apontou o presidente da AIMMP, acrescentando que, actualmente, há empresas que exportam 90% da sua produção.