As exportações portuguesas de mobiliário e afins recuaram 14%, para 1,58 mil milhões de euros, em 2020.
“O ano de 2020 fica marcado, para o cluster do mobiliário e afins, por uma contínua oscilação do volume de exportações, em resultado da evolução da pandemia da Covid-19 e das respectivas medidas de mitigação”, refere a Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) num comunicado divulgado hoje.
No total anual, este cluster – que integra sectores como o mobiliário, colchoaria, assentos e outras actividades complementares – gerou 1,58 mil milhões de euros em vendas ao exterior, o que representa uma descida de 14% face a 2019, que tinha sido o melhor ano de sempre da fileira.
Para o recuo das exportações, em 2020, a associação diz ter contribuído muito “a forte quebra da procura no principal destino exportador, França”, para onde as vendas caíram 20%, mas que se manteve com uma quota de 30% no total de exportações destes sectores.
No segundo mercado mais relevante – Espanha (com uma quota de 27%) – a descida foi bastante inferior (-6%), sendo que nos restantes mercados que integram o top 5 dos principais importadores de mobiliário português – Alemanha, Reino Unido e EUA – as quebras homólogas anuais foram de, respectivamente, -30%, -16% e -12%.
“Os meses de confinamento de Março (descida de 32%), Abril (-75%) e Maio (-52%) representaram absolutos rombos na dinâmica internacionalizadora que estes sectores têm desenhado na última década, com contínuo crescimento do volume de bens exportados”, refere.
Ainda assim, neste período, “as empresas integrantes desta fileira souberam reinventar-se”: “Privadas dos principais certames internacionais, habituais montras para a promoção dos produtos nacionais, apostaram em novos canais de venda, com um forte destaque para o digital” e “foi através das plataformas internacionais e de um investimento em showrooms e stands virtuais que as empresas nacionais alcançaram novos públicos e lograram recuperar o ímpeto exportador”, recorda a associação.
Já no segundo semestre do ano, as variações das exportações face a 2019 “foram ténues”, com um “ligeiro crescimento” nos meses de Julho (1%), Agosto (5%) e Setembro (1%) e “reduzidas descidas” em Outubro (-5%), Novembro (-1%) e Dezembro (-2%).
Apesar da queda das exportações, o cluster do mobiliário e afins mantém uma balança comercial superavitária, com mais de 700 milhões de saldo positivo, e uma taxa de cobertura das importações pelas exportações de 180%.