As exportações de têxteis e vestuário registaram uma quebra súbita de 12,7% em Junho, indica a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).
As vendas de têxteis e vestuário para o estrangeiro no sexto mês de 2019 somaram 415,9 milhões de euros, menos 60,6 milhões do que um ano antes.
Nas contas do primeiro semestre, com 2,684 mil milhões de euros exportados, verifica-se uma redução de 1,6% em comparação ao semestre homólogo de 2018, o que representa uma perda de 42,3 milhões de euros.
As vendas intra-comunitárias foram as principais responsáveis pela diminuição das exportações em Junho, com Espanha, o principal mercado cliente, a reduzir as compras em 9,3% (-13 milhões de euros).
No acumulado de Janeiro a Junho, as vendas para Espanha baixaram 3,1%, para 821,6 milhões de euros. Também a França (-2,1%, para 355,1 milhões de euros), Alemanha (-4,8%, para 227,4 milhões de euros) e Reino Unido (-3,8%, para 197,5 milhões de euros) reduziram as compras de têxteis e vestuário luso. Em sentido contrário, Itália continua a crescer (+2,1%, para 171,2 milhões de euros), embora com abrandamento.
Falta de mão-de-obra e deslocalização
O novo presidente da ATP, Mário Jorge Machado, justifica, citado pelo “Jornal de Negócios”, que a falta de mão-de-obra é uma das razões para a quebra nas exportações.
Aquele responsável dá conta que as companhias portuguesas estão a recrutar trabalhadores no Nepal, Índia, Paquistão e Bangladesh, de forma a atenuar a falta de mão-de-obra e para combater a falta de especialização.
Mário Jorge Machada defende ainda que o aumento dos custos salariais nos últimos anos, a “reboque” da subida do salário mínimo, está a levar cada vez mais empresas a desviarem parte da produção ou, mesmo, a instalarem fábricas no Norte de África.
O presidente da ATP não dramatiza, porém, o cenário e afirma-se confiante de que o segundo semestre será melhor ao nível das exportações do sector.