A falta de motoristas, que se atenuou no ano passado por causa da pandemia, deverá voltar a agravar-se em 2021, avisa a IRU.
As empresas de transporte rodoviário – de passageiros e de mercadorias – antecipam um novo agravamento da escassez de motoristas, à medida que as economias retomem a sua actividade com o fim dos confinamentos de combate à Covid-19.
No ano passado, por causa da pandemia, a falta de motoristas na Europa caiu de 20% para 5% no transporte rodoviário de passageiros, e de 24% para 7% no transporte de mercadorias. Porém, as empresas inquiridas pela IRU esperam um défice de 17% para o ano em curso.
“A escassez de motoristas ameaça o funcionamento do transporte rodoviário, as cadeias de abastecimento, a economia e, em última instância, o emprego e o bem-estar dos cidadãos. Este não é um assunto que possa esperar, é preciso tomar medidas”, referiu o secretário-geral da IRU, Umberto de Pretto, a propósito dos resultados do inquérito, que abrangeu 800 empresas de todo o mundo.
Entre as razões que explicam a falta de motoristas avultam a má imagem da profissão, as duras condições de trabalho (que foram agravadas pela pandemia) e a dificuldade em atrair jovens e mulheres para a profissão.
Na Europa, por exemplo, no ano passado, apenas 1,8% dos motoristas eram mulheres (ainda que no transporte de passageiros atingisse os 16% ), e apenas 5% tinham menos de 25 anos (para uma idade média de 44 anos).