O primeiro curso de formação inicial de maquinistas aberto ao mercado tem o arranque previsto para Outubro próximo. A Fernave propõe-se assim antecipar as necessidades de novos profissionais para o sector, num horizonte de um a dois anos.
Todos os interessados podem inscrever-se, desde que tenham um mínimo de 20 anos de idade, o 12.º ano de escolaridade e, claro, reúnam as condições físicas e psicológicas para o exercício da profissão.
O prazo para as candidaturas será lançado no final de Agosto e as aulas deverão arrancar em Outubro. “Iremos fazer turmas de 15 formandos, estando a Fernave preparada para realizar estes cursos em Lisboa, no Porto e no Entroncamento”, adiantou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS uma fonte da empresa.
A Fernave aguarda ainda a holomogação do curso pelo IMTT. Certo é que a formação se prolongará por nove a dez meses, incluindo aulas teóricas, práticas e estágio de aperfeiçoamento de condução em linha. “O curso que iremos ministrar será para a operação de locomotivas diesel e eléctricas (para transporte de passageiros e de mercadorias) e automotoras eléctricas (do tipo dos serviços suburbanos de passageiros)”, acrescentou a mesma fonte.
No final, os formandos que obtenham aproveitamento ficarão habilitados para a condução de comboios em Portugal e, também, no futuro, na União Europeia… assim a Directiva comunitária seja transposta em Portugal.
Em Portugal, a Fernave estima que o “mercado necessitará seguramente de algumas dezenas de maquinistas nos próximos um a dois anos”. Por causa da concessão de serviços ferroviários e da entrada de novos players com a liberalização do transporte de passageiros e de mercadorias. Mas também pela natural renovação dos quadros existentes. A CP terá cerca de 900 maquinistas e a CP Carga outros 225 e ambas “necessitarão, no curto prazo, de renovar o seu quadro, por via das saídas por reforma e por outras razões casuais”.
Mas não só. O mercado dos PALOP – Angola e Moçambique – é outra saída profissional possível. “Sim, desde que [os maquinistas] já tenham reunido as horas práticas necessárias para poderem exercer a carreira de condução sem restrições”, esclareceu a fonte da Fernave. Para isso, “iremos também, após a realização do curso, disponibilizar os meios necessários para que os formandos possam fazer as suas horas de condução prática e desta forma manterem a sua certificação válida”.
Ainda pensando nos PALOP, a Fernave propõe-se “lançar o desafio a quadros angolanos e moçambicanos residentes em Portugal, para que frequentem esta formação e por esta via possam vir a exercer a função de maquinista nos seus países de origem”.