A conclusão Plano Ferrovia 2020 está, globalmente, atrasada seis anos e nove meses, concluiu a AMT. Mas pode piorar, avisa a IP.
A conclusão consta do Relatório de Monitorização da Execução dos Investimentos na Infraestrutura Ferroviária”, hoje divulgado pela AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transportes.
Com base em dados facultados pela Infraestruturas de Portugal, no final de 2023 estavam executados 66% do total do investimento previsto no Ferrovia 2020, “ou seja, 1.414,6 milhões de euros de um total de 2.156,10 milhões de euros”, 1% do previsto no PNI 2030 (2.893,9 milhões de euros) e 47% do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) (135,9 milhões de euros).
Se o arranque dos diversos planos de investimento foi difícil, por circunstâncias várias, o passar do tempo não aparenta ter trazido grandes melhorias.
Sempre baseada em dados da IP, a AMT concluiu que, em 2023, a “taxa média de execução global dos investimentos [foi] de 61,3%”, entre os 65,4% do Ferrovia 2020, os 25,5% do PNI 2030 e os 107,5% do Metro do Mondego.
No caso concreto do Ferrovia 2020, e “comparando a calendarização base definida em Fevereiro de 2016 com a calendarização apresentada pela IP em Maio de 2024”, a AMT estima um atraso global de seis anos e nove meses, que chega aos oito anos e três meses no Corredor Norte-Sul.
No Corredor Internacional Norte o atraso é de sete anos, no Corredor Internacional Sul de quatro anos e três meses, e nos Corredores Complementares de seis anos e nove meses, detalha o Relatório da AMT.
Mas a coisa ainda pode piorar, com a IP a identificar “um conjunto alargado de riscos para a totalidade dos corredores, que podem comprometer as novas datas finais estimadas, nomeadamente: (i) dificuldades dos projectistas e empreiteiros; (ii) publicação oportuna das autorizações de despesa; e (iii) eventual degradação do quadro macro-económico”, é dito.
No caso do PNI 2030, alerta a AMT, “a execução orçamental de 2023: de 25,5%” “indicia desde já a possibilidade de ocorrência de atrasos no desenvolvimento dos projectos que poderão comprometer a sua conclusão dentro das datas previstas”.
Só no Metro do Mondego se admite “alguma recuperação de atrasos”, a avaliar pelo que foi realizado em 2023.
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