O Eixo Atlântico critica o atraso de Espanha na ligação ferroviária Vigo – Portugal e a preferência de Madrid pelo Corredor Mediterrâneo em detrimento do Corredor Atlântico.
Ricardo Rio, presidente do Eixo Atlântico, e Xoan Mao, secretário geral da associação transfronteiriça, pediram, hoje, ao Presidente da República que interceda junto dos governos português e espanhol para o “rápido desbloqueio” da ligação ferroviária Vigo – Portugal e manifestaram “preocupação” com a situação do Corredor Atlântico.

“Procuramos explicar as posições políticas que o Eixo [Atlântico] tem tomado junto dos dois governos a reivindicar investimentos substanciais nas ligações ferroviárias entre Portugal e Espanha, em particular a componente da ligação de passageiros Norte/Sul, ou seja, a chamada linha Corunha-Lisboa”, descreveu à “Lusa” o presidente da associação que reúne 39 municípios do Norte de Portugal e da Galiza.
O Corredor Atlântico foi outro dos temas abordados, dada a “importância desta ligação na competitividade económica e na valorização da rede de portos portugueses e galegos”. “Podem ser a porta de entrada de muito comércio internacional para a Península Ibérica e para a Europa”, resumiu Ricardo Rio.
No entanto, quer Ricardo Rio, quer Xoan Mao lamentaram “o facto do governo espanhol estar a priorizar o chamado Corredor Mediterrâneo em detrimento das ligações Sines/Badajoz, Aveiro/Salamanca e também na vertente galega”, considerando que essa opção “põe em causa o tecido empresarial qualificado das regiões Centro e Norte de Portugal e da Galiza.
“Manifestamos a nossa preocupação porque a Espanha está a apostar nitidamente no Mediterrâneo e isso interfere com a competitividade dos portos portugueses e galegos”, referiu Xoan Mao.
Já em comunicado, o Eixo Atlântico insistiu nas críticas a Madrid sobre a ligação da Galiza a Portugal:
“De momento, o governo espanhol pretende apresentar apenas um concurso para um `estudo de alternativas` para ligar a Galiza a Portugal de comboio, o que corresponderia regredir a 12 anos, quando se realizou a fase de estudo de impacto ambiental, e com tudo aprovado, deixou-se expirar. O projecto consiste na construção de um novo troço de ferrovia de Alta Velocidade entre Vigo e a fronteira portuguesa, a chamada saída sul de Vigo, que ligará o centro da cidade a Tui”, lê-se no documento.