Por causa da Covid-19, os operadores ferroviários – de passageiros e de mercadorias – da UE perderam 26 mil milhões de euros de receitas.
Os números foram apresentados na recente assembleia geral da CER (Community of European Railway and Infrastructure Companies) e resultam da auscultação dos seus membros, que representam cerca de 92% das operações de passageiros e cerca de 76% do negócio da carga ferroviária na Europa.
O transporte ferroviário de passageiros foi, de longe, o mais castigado, tendo perdido 24 mil milhões de euros, uma quebra de 42% face a 2019.
Depois de um primeiro impacte, aquando do primeiro confinamento, o sector recuperou ligeiramente no Verão, mas no Outono a situação voltou a deteriorar-se com a perda de receitas a atingir os 50% em Dezembro.
O transporte de mercadorias lidou muito melhor com a crise provocada pela pandemia, tendo terminado o ano com uma perda homólogo de receitas da ordem dos 12%, ou dois mil milhões de euros.
Na verdade, de acordo com os dados recolhidos pela CER, o transporte ferroviário de mercadorias na UE começou por sofrer uma quebra de cerca de 30% nos volumes no primeiro semestre, mas acabou o ano praticamente ao mesmo nível de 2019.
Comentando os resultados, o director executivo da CER reconheceu que a “Covid-19 teve um sério impacte na ferrovia, mas o sector está a mostrar resiliência e capacidade para ajudar no combate à pandemia e à recuperação da sociedade”.
“Recolocar a economia europeia no caminho do crescimento, ao mesmo tempo que se reduzem as emissões é um duplo desafio. O Ano Europeu da Ferrovia é um oportuno reconhecimento do papel que a ferrovia pode e deve desempenhar nessas duas frentes”, acrescentou Alberto Mazzola.