O FMI reviu em alta as previsões de crescimento económico global para 6% em 2021, mais cinco décimas do que em Janeiro, devido ao forte crescimento nos EUA e na China.
“As recuperações estão a divergir perigosamente entre e dentro dos países”, com economias com um ritmo de vacinação mais lento, apoio mais limitado e maior dependência do turismo “com pior desempenho”, disse a economista chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, no relatório com as perspetivas económicas hoje divulgado.
Para 2022, o FMI prevê um crescimento global de 4,4%, mais duas décimas de ponto percentual do que há três meses.
Uma das revisões mais notáveis é o crescimento estimado para os Estados Unidos, a maior economia do mundo, que deverá agora expandir-se em 6,4% este ano, mais 1,3 pontos percentuais do que o previsto em Janeiro.
Grande parte deste impulso, indica o documento, é dado pelo pacote de estímulo orçamental lançado pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, que também se espera que tenha “impactos positivos nos seus principais parceiros comerciais”, particularmente no México.
Para a China, o FMI espera um crescimento de 8,4% este ano, mais três décimas do que em Janeiro, uma vez que “as suas medidas de contenção eficazes, uma resposta poderosa de investimento público e apoio à liquidez por parte do banco central facilitaram uma recuperação robusta”.
Outras economias que verão o seu crescimento reforçar-se este ano são o Japão, com uma expansão estimada de 3,3% (mais duas décimas do que em Janeiro), a Rússia, com uma taxa de 3,8% para este ano (mais oito décimas do que em Janeiro), ou a África do Sul, com uma taxa de 3,1% em 2021 (mais três décimas).
À cabeça do crescimento entre os principais países estará a Índia, para a qual o FMI prevê uma expansão de 12,5% este ano, mais um ponto percentual do que em Janeiro.
Portugal crescerá 3,9%
Para Portugal, o FMI prevê, para este ano, um crescimento de 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB), depois de uma contração de 7,7% registada no ano passado, e um aumento de 4,8% em 2022.
No que diz respeito à taxa de desemprego, o FMI estima que atinja os 7,7% em 2021 e 7,3% em 2022, depois de se fixar em 6,8% no ano passado.
No Orçamento do Estado (OE) o Governo apontou para um crescimento económico de 5,4% em 2021, mas já revelou que vai rever em baixa esse cenário este mês, quando apresentar o Programa de Estabilidade.
O Conselho das Finanças Públicas (CFP) reviu também em baixa as previsões de crescimento da economia nacional para 3,3% este ano, face às últimas estimativas que apresentou, de 4,8%.
Por outro lado, no que diz respeito ao mercado de trabalho este ano, o CFP espera “um aumento da taxa de desemprego para 8,3% da população ativa e uma descida para 7,3% no ano seguinte, iniciando em 2022 uma trajetória de diminuição gradual até 6,5% no médio prazo”.