A Ford Trucks acaba de entrar em Portugal, mas quer chegar aos 5% do mercado dentro de cinco anos, avançou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS Bruno Oliveira, o director-geral da marca.
Vinte anos depois, eis que uma nova marca de camiões surge no mercado nacional. A Ford Trucks escolheu Portugal para entrar na Europa Ocidental. Uma opção que tem a ver com as características do mercado, mas também com a sua localização. Em entrevista ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS, Bruno Oliveira falou dos planos para os próximos tempos.
Portugal foi escolhido como primeiro mercado da Europa ocidental onde a Ford Trucks está directamente representada. O que esteve na base da decisão?
Bruno Oliveira – A Ford Trucks está a iniciar as vendas na Europa Ocidental a partir de Portugal, porque acredita que este é um dos mercados mais importantes da Europa ao nível de exigência, competência e agressividade com uma localização privilegiada para a ligação com África. Para além de considerar que Portugal tem uma economia relativamente estável, bem desenvolvida e uma herança automóvel duradoura.
Esta opção da marca ganha relevo, já que a Ford Trucks Portugal é a primeira marca de pesados a entrar no mercado nacional em cerca de 20 anos. O mercado português tem particularidades que interessam à marca?
Bruo Oliveira – Sim, principalmente no segmento do longo curso. Os clientes portugueses percorrem toda a Europa com os seus veículos, o que obriga a que os veículos comercializados em Portugal estejam preparados para as exigências e especificidades dos restantes mercados europeus.
A Ford há muitos anos que não comercializa camiões na Europa Ocidental. Como preparam a rede de venda e assistência?
Bruno Oliveira – Para a Europa Ocidental, a Ford Trucks assinou um contrato com a TIP para fornecer serviços pós-venda aos nossos clientes. A nossa rede de serviços abrange todas as principais rotas de transporte na Europa Ocidental, incluindo Alemanha, França, Dinamarca, Bélgica, Áustria, Reino Unido e Itália. Espanha também já iniciou a sua rede de concessionários Ford Trucks através de oito pontos de assistência. O call center é centralizado e disponibiliza operadores em língua portuguesa.
Em Portugal, onde se localizarão os pontos de venda e assistência da Ford Trucks?
Bruno Oliveira – Começamos com o concessionário de Alverca do Ribatejo. Em 2020 arrancaremos com Leiria e Porto. Viseu e Algarve ficarão para o ano 2021.
Está nos vossos horizontes a criação de algum relacionamento com a rede de ligeiros da Ford, no sentido de ter, também, oferta de comerciais ligeiros?
Bruno Oliveira – Para já, não está prevista nenhuma parceria com a rede de veículos comerciais ligeiros da Ford.
Este mercado é, ainda mais do que o dos ligeiros, de fidelização dos clientes. Que estratégia pretendem seguir?
Bruno Oliveira – A Ford Trucks utiliza a sua capacidade de engenharia para desenvolver os produtos de acordo com as diversas necessidades do mercado e dos clientes. As ferramentas de produção são desenvolvidas para que os nossos veículos sejam produzidos da forma economicamente mais eficiente. Temos na fábrica todos os recursos internos de engenharia para projectar, desenvolver e produzir o nosso produto bumper-to-bumper.
No mercado português, iniciamos a operação com uma equipa bastante experiente e com uma elevada relação de proximidade com os clientes. A proximidade com os nossos clientes e os reduzidos custos de operação serão a base de toda a estratégia, desenvolvendo o conceito Sharing the Load, onde os clientes são tratados como parceiros de negócio.
Quanto ao F-MAX, qual vai ser a oferta para o mercado nacional e quais são as expectativas para o modelo?
Bruno Oliveira – O F-MAX está entre os best-in-class na maioria dos atributos. O total cost of ownership vai ser o nosso principal trunfo. Queremos posicionar-nos realmente como uma alternativa às marcas premium. Pretendemos atingir uma quota de mercado nos veículos pesados de mercadorias de 5% durante os próximos cinco anos.
Está previsto o lançamento de mais modelos de camião em Portugal?
Bruno Oliveira – Para além do segmento do longo curso, temos disponíveis veículos para o segmento da distribuição, construção e estrada com diversas configurações.