O governo francês desistiu da criação da Auto-estrada ferroviária do Atlântico e aposta agora em negociar com Espanha uma alternativa, com a criação de um terminal na região de Vitória, no País Basco.
O secretário de Estado dos Transportes gaulês justificou a decisã de abandonar o projecto da AE ferroviária do Atlântico com razões ambientais e financeiras.
A AE ferroviária do Atlântico deveria arrancar em Janeiro do próximo ano e ligar Dourges / Pas de Calais a Tarnos, na região das Landes, na Aquitânia, próximo da fronteira com Espanha.
O projecto, a ser desenvolvido, em regime de concessão, pela VIIA, uma subsidiária da SNCF Geodis, previa a transferência para a ferrovia de um total de 85 mil camiões/ano.
Mas a iniciativa foi chumbada pela, a AFA, o regulador do mercado ferroviário francês, que criticou a subsidiação do projecto com 375 milhões de euros de dinheiros públicos, e levantou dúvidas sobre a concorrência entre os diferentes operadores na alocação de horários de circulação na via.
Além disso, a zona das Landes é muito sensível do ponto de vista ambiental, o que não terá sido devidamente acautelado aquando da realização do inquérito público à construção do necessário terminal.
A partir daqui, e porque permanece o objectivo de retirar camiões das fronteiras dos Pirineus e das estradas francesas, o secretário de Estado dos Transportes francês, Alain Vidalies, aposta em “encontrar outra localização [para o terminal junto à fronteira], através de conversações com as autoridades espanholas, tendo em conta que há um projecto semelhante em Vitória”.
No presente, há duas AE ferroviárias em França, ambas operadas pela VIIA. Uma entre a fronteira com o Luxemburgo e a fronteira com Espanha (Le Bolou) e outra nos Alpes, entre França e Itália. Paris tem planos para ampliar essa rede com uma ligação entre o porto de Calais e Le Bolou.