A SNCF propõe-se replicar o modelo das companhias aéreas “low cost” para oferecer serviços TGV mais baratos 25%, já a partir do próximo ano.
Há muito que se fala neste projecto, mas agora a directora geral da SNCF Voyages tornou-o oficial ao avançar alguns pormenores da operação, em declarações ao “Le Parisien”.
Os TGV “low cost” terão uma classe única, oferecendo 1 200 lugares, contra os mil assentos disponíveis nos TGV tradicionais com primeira e segunda classes. As composições não disporão de carruagem bar.
Os bilhetes só poderão ser adquiridos através da internet. Cada passageiro só poderá transportar uma bagagem de mão. Mais volumes serão cobrados à parte. O controlo dos bilhetes será feito no cais, o que implicará a comparência na estação com uma antecedência de 45 minutos.
Os comboios ligarão estações periféricas, com acesso directo e imediato à rede de Alta Velocidade, o que permitirá poupanças de tempo e, mais importante, uma redução de custos na casa dos 30% nas taxas de utilização da infra-estrutura ferroviária.
No arranque, previsto para o próximo ano, a oferta do TGV “low cost” será constituída por quatro composições duplas, de piso duplo, que efectuarão oito-nove ligações diárias no eixo Marne-la-Vallée – Lyon – Montpellier / Marselha.
Para tal, cada composição terá de operar cerca de 12 horas por dia, contra as oito horas dos TGV tradicionais. O que terá implicações na organização do trabalho dos funcionários. Que serão recrutados dentro da SNCF mas numa base voluntária.
Dez milhões de euros é o investimento previsto para operacionalizar a nova oferta do TGV “low cost”. A SNCF projecta que o break-even será atingido em 2017.