Os preços médios dos fretes dos navios panamax estão em alta. Em alguns casos, em máximos de uma década.
Este cenário tem como explicações, de acordo com a Alphaliner, a forte procura de cargas em algumas rotas, principalmente no Pacífico e nas companhias que ligam a Ásia à América do Sul, e também a escassez de navios de maior capacidade.
Por exemplo, os preços de uma unidade “maxi” de 5 000 TEU atingiram 20 mil dólares por dia no Pacífico para uma viagem de 35 dias, algo que não era visto desde 2011. No caso das tarifas definidas para o afretamento de 12 meses, o preço é menor, mas mesmo aqui está a aumentar de forma rápida, chegando a 16 mil dólares por dia, o maior valor em cinco anos para este tipo de embarcação.
Entre as unidades “handy”, com capacidade entre 4 200 e 4 300 TEU, há exemplos de preços diários de fretes de 16 750 dólares no Pacífico, algo que também não se via desde 2011, não obstante em 2015 e 2019 os valores terem estado próximos nos afretamentos de longo prazo.
Os especialistas não conseguem prever se se será possível manter estes preços no futuro, levando em consideração o estado da economia mundial e a prolongada crise sanitária. Além disso, a maior disponibilidade de tonelagem após a Golden Week da China (um feriado nacional semestral, de cinco dias) pode influenciar essa evolução.
No entanto, por enquanto, as taxas marcam uma melhoria inegável para os navios panamax clássicos, um segmento que, recorde-se, foi seriamente afectado pela inauguração das novas eclusas no Canal do Panamá, em Junho de 2016. A partir dessa altura, puderam começar a passar pela via navegável navios entre 10 000 e 15 000 TEU, que têm substituído aquele tipo de embarcação.
Os panamaxes são, agora, utilizados sobretudo em ligações regionais ou em certas rotas Norte-Sul, sendo especialmente populares na Ásia e em África, bem como na Europa, no Atlântico e no Mediterrâneo. São também frequentemente usados como reforço em algumas rotas Leste-Oeste, na ausência de navios maiores.
A actual frota de panamaxes clássicos é composta por 520 navios. Desses, 208 são operadas pelas companhias a que pertencem, enquanto os outros 312 estão fretados.
As unidades de 4 250 TEU de capacidade representam a maior parte da frota, com 343 embarcações em serviço e uma idade média de 13 anos, enquanto as “maxi” contam 177 embarcações, com uma média de 15 anos de uso. Actualmente não há navios deste tipo encomendados.