Depois do “boom” de 2010, as companhias de navegação já estarão a operar abaixo do break-even no Ásia-Europa, de acordo com a estimativa da Alphaliner.
A escalada do preço do combustível e a depreciação dos fretes (por causa do abrandamento da procura) estarão a pressionar para terreno negativo as margens dos transportadores marítimos em várias linhas, nomeadamente no Extremo Oriente-Europa.
Desde Janeiro, o preço da tonelada de combustível em Roterdão subiu 24%, para o nível mais elevado dos últimos 29 meses.
Em sentido inverso, nas últimas oito semanas os fretes spot cederam 14%, estando agora os SCFI para o Norte da Europa nos 1 200 dólares/TEU, contra os 1 400 dólares/TEU do final do ano passado. Em Xangai, a quebra relativamente ao pico de meados de Julho de 2010 chega aos 37%, sublinha a Alphaliner.
Em Março, os BAF para os envios do Extremo Oriente para a Europa situar-se-ão entre os 530 e os 680 dólares/TEU, mas poderão subir para lá dos 700 dólares/TEU se se mantiver o nível dos preços do combustível, estima a casa parisiense.
Com isso os fretes-base (sem BAF) cairão para apenas 500 dólares/TEU, o que é significativamente menos que os 600-800 dólares que marcam o ponto de break-even naquelas linhas (o valor exacto varia de operador para operador, em função da taxa de utilização dos navios e dos custos operacionais unitários, etc..). A menos que os operadores consigam aumentar as tarifas spot, o que os analistas parece considerarem pouco provável.
Assim sendo, concluiu a Alphaliner, muitos operadores arriscam-se a apresentar resultados operacionais negativos neste primeiro trimestre do exercício de 2011, em contraste com os lucros do último quarto do ano passado.