Nos primeiros dez meses do ano as entregas de novos porta-contentores totalizaram 2,5 milhões de TEU. Mais do que em todo 2023. Até ao final do ano deverão atingir os três milhões de TEU.
Se 2023 foi um ano recorde em termos de entregas de porta-contentores, com um total de 2,3 milhões de TEU de nova capacidade, o que dizer de 2024? Até ao final de Outubro, saíram dos estaleiros 410 navios, com uma capacidade agregada de 2,5 milhões de TEU.
No mesmo período, apenas foram retirados cerca de 100 mil TEU de capacidade, o que significou um aumento líquido da frota mundial de porta-contentores de 2,4 milhões de TEU, para um total de 30,4 milhões de TEU.
Até ao final do ano são esperados mais cerca de 500 mil TEU, o que atirará a frota mundial para a casa dos 31 milhões de TEU.
Nos últimos cinco anos, sublinha o Chief Shipping Analyst da BIMCO, Niels Rasmussen, a frota mundial de porta-contentores cresceu 7,8 milhões de TEU, ou 32%.
Apesar do crescimento da oferta e das incertezas do mercado, as encomendas não dão sinais de abrandar. Nos primeiros dez meses do ano totalizaram 3,3 milhões de TEU (286 navios), elevando a carteira de encomendas para os 7,6 milhões de TEU, ou 25% da frota em operação, refere Niels Rasmussen. No ano passado foram contratados apenas 1,6 milhões de TEU.
A maioria das encomendas (78%) é da responsabilidade das companhias de navegação, que assim vão ganhando terreno aos armadores: nesta década – calcula o analista da BIMCO – a frota dos primeiros crescer 41% (para 60% do total), enquanto a dos segundos avançou apenas 18%.
Os navios com capacidades entre os 12 000 e os 17 000 TEU são os preferidos dos operadores, concentrando 42% do crescimento da frota nos últimos cinco anos e 47% das novas encomendas. Já os navios de +17 000 TEU respondem por 25% e 27%, respectivamente.
Ao longo dos próximo quatro anos, Niels Rasmussen estima a entrada em operação de cerca de 1,7 milhões de TEU em cada ano. Para 2029 já estão contratados 300 mil TEU.
O crescimento efectivo da frota mundial dependerá de quantos navios forem abatidos. Já no próximo ano, navios representado mais de 3,4 milhões de TEU de capacidade terão mais de 20 anos de idade, o que os torna candidatos a reciclagem.
Se todos forem retirados nos próximos cinco anos, o crescimento real da oferta, com o actual nível de encomendas, ficar-se-á pelos 14%, estima Niels Rasmussen.