Ao longo do próximo ano entrarão ao serviço mais 230 navios porta-contentores, dos quais 59 com mais de 10 000 TEU de capacidade. Será um ano recorde, prevê a Braemar Seascope.
Juntos, os novos navios representarão um acréscimo de capacidade de 1,5 milhões de TEU, ou 9,5% do total mundial actual, superando com isso o anterior máximo, registado em 2007, imediatamente antes da crise que afectou o sector e a economia mundial.
Só no primeiro trimestre deverão ser entregues 80 navios, colocando uma forte pressão sobre a oferta de capacidade e o nível dos fretes. Que não pára de cair.
Mais de metade da nova oferta de capacidade será representada pelos 59 navios de mais de 10 000 TEU. Que tradicionalmente têm como destino os tráfegos entre a Ásia e o Norte da Europa. Segundo as contas da Braemar Seascope, os novos navios dariam para criar cinco novas rotações naquela linha, cada uma servida por dez navios de 13 000 TEU.
Desde o início do ano, armadores e operadores colocaram encomendas para 2,1 milhões de TEU. Desses, 1,7 milhões correspondem a navios de mais de 5 100 TEU. Abaixo desse patamar as encomendas rareiam, antevendo-se um crescimento da oferta global de 2,9% este ano e 3% no próximo.
As previsões da Braemar Seascope estão em linha com as de outros analistas do mercado. Por exemplo, a BRS Alphaliner estima para o próximo ano um crescimento da frota mundial de porta-contentores na casa dos 8,7%, com a entrada ao serviço de 235 navios, com uma capacidade total de 1,44 milhões de TEU.
No que os analistas também estão de acordo é nas consequências do excesso de oferta de capacidade sobre o nível dos fretes. A Drewry prevê já para este ano uma quebra de 21% nos fretes médios nos tráfegos Leste-Oeste, em resultado da incapacidade dos operadores em gerirem a sua oferta de capacidade.