A Galp vai fechar a refinaria de Matosinhos e concentrar a actividade em Sines. Leixões arrisca perder, pelo menos, quatro milhões de toneladas.
A Galp anunciou hoje o enceramento da refinaria de Matosinhos a partir do próximo ano. A medida, justificada com as “alterações estruturais dos padrões de consumo de produtos petrolíferos”, deverá ter um forte impacto na movimentação de mercadorias do porto de Leixões.
Com a actividade de refinação concentrada em Sines, Leixões deixará de movimentar petróleo bruto, que ainda no ano passado representou 4,1 milhões de toneladas, sendo o segundo agregado mais importante, atrás da carga contentorizada.
Mas as perdas não de ficarão certamente por aqui. No comunicado emitido, a Galp diz que manterá “a operação das principais instalações de importação, armazenamento e expedição de produtos existentes em Matosinhos”, mas ainda assim é de esperar uma quebra na movimentação de produtos petrolíferos em Leixões.
No ano passado, o porto nortenho movimentou 3,2 milhões de toneladas de produtos petrolíferos.
A Galp, através da Petrogal, detém a concessão do terminal de produtos petrolíferos de Leixões (que inclui o o terminal oceânico, ou a monobóia, construído precisamente para facilitar a operação dos navios de maiores dimensões).
A situação que agora se perspetiva para Leixões encontra algum paralelismo precisamente em Sines, que a partir deste este ano perdeu cerca de três milhões de toneladas / ano, em consequência da decisão da EDP de deixar de operar as suas centrais a carvão.