Desde 2000, os navios de cruzeiros mais do que duplicaram, em número e dimensão. E com eles os custos ambientais, alerta a Transport & Environment (T&E).
Em 2000, contavam-se 222 navios de cruzeiros, com 6,3 milhões GT; hoje são 515, com 30 milhões GT. O maior de todos, o Icon of the Seas, lançado no início do ano corrente, pode transportar 7 600 passageiros e desloca 248 700 GT. A manter-se este ritmo, em 2050, o maior navio de cruzeiros (que a T&E baptizou de Cruisezilla) poderá transportar 10 500 passageiros e terá 345 000 GT.
O crescimento exponencial da indústria preocupa os ambientalistas pelo impacto ambiental. As emissões de CO2 dos navios de cruzeiros na Europa foram, em 2022, 20% superiores às verificadas em 2019, antes da pandemia, afirmam.
Para reduzir a poluição, cada vez mais navios são equipados com motores a GNL (representam 38% das encomendas), que na verdade emitem menos CO2. Mas, sublinha a T&E, o GNL liberta metano, um gás de efeito estufa 80 vezes mais potente que o CO2.
A solução passará, pois, pela adopção dos e-combustíveis. E a mudança até poderá ser economicamente favorável para os operadores, com a anunciada introdução crescente de penalizações à utilização de combustíveis fósseis, sustenta a organização.
Associando a actividade dos cruzeiros a uma forma luxuosa de viajar (apesar de se esperarem para este ano 36 milhões de cruzeiristas), a T&E lembra as isenções de taxas e impostos de que a indústria goza e sugere que a criação de uma taxa de 50 euros por bilhete renderia 1,6 mil milhões de euros anuais para financiar investimentos no clima.