Dentro de um ano, o porto de Gijon poderá dispor de duas novas ligações de “ferries” com a Irlanda e o Sul de Inglaterra. A participação do porto de Aveiro é uma das possibilidades apontadas pelo Proposse.
Mais vocacionado para a carga rodada, a ligação entre Gijon e Cork, na Irlanda, poderá avançar dentro de um ano. O Proposse (projecto europeu em que participam o Porto de Aveiro e a AIDA) permitiu concluir que a ligação será altamente vantajosa relativamente à solução rodoviária tradicional.
Por mar, a ligação entre os dois portos poderá ser feita em cerca de 39 horas, ao passo que o percurso por estrada, com as necessárias travessias da Mancha e a passagem do Reino Unido para Irlanda, pode representar até 66 horas de condução.
Além de mais rápido, o serviço será mais barato. A ligação por mar entre os dois portos custará cerca de 790 euros, enquanto o custo estimado para a solução tradicional rondará os 2 200 euros.
O objectivo é, pois, captar cerca de 30% do tráfego de mercadorias com origem/destino nos hinterlands dos portos de Gijon e Cork.
Mais avançado, podendo ser concretizado num horizonte de seis a oito meses, estará o projecto da ligação entre Gijon e o Sul de Inglaterra, sendo o porto de Poole uma possibilidade. Neste caso, o enfoque prioritário é o tráfego de passageiros, envolvendo os grupos Alsa e a National Express, transportadores rodoviários estabelecidos em Espanha e na Grã-Bretanha, respectivamente.
No caso da ligação entre Gijon e Poole, o tempo de viagem será de 37 horas (contra 53 horas na opção de base rodoviária) e o custo estimado rondará os 721 euros (contra 1 869 euros).
Na Península Ibérica, a ligação ao Sul de Espanha poderá envolver também o porto de Aveiro, de acordo com potencialidades despistadas pelo projecto Proposse.
Ainda que a ligação à Irlanda privilegie a carga, e o serviço para Inglaterra aposte mais nos passageiros, em ambos os casos os navios deverão ter capacidade para combinar o transporte de carga rodadas, passageiros e veículos, com isso maximizando a ocupação e as receitas.
Citado na imprensa espanhola, o presidente do Porto de Gijon garante haver vários operadores interessados em qualquer das ligações. E sublinha também o facto de o arranque dos projectos não estar dependente de qualquer subvenção da parte da União Europeia.