No ano passado, 135 tripulantes de navios foram raptados em todo o mundo. No Golfo da Guiné contaram-se 130, realça o IMB no relatório sobre a pirataria.
A pirataria está a crescer para níveis sem paralelo na região do Golfo da Guiné. No ano passado, foi naquelas águas que se verificaram os três casos de navios sequestrados e os 11 ataques com armas de fogo registados em todo o mundo.
Ao todo, o International Maritime Bureau (IMB) da Câmara de Comércio Internacional (ICC) contabilizou no ano findo 195 incidentes de pirataria contra navios em todo o mundo. Um agravamento face aos 162 casos registados em 2019.
161 navios foram abordados e houve 20 tentativas de ataques, além dos já referidos navios alvejados e sequestrados.
Recorde foi o número de tripulantes feitos reféns: 135, dos quais 130 em 22 incidentes ocorridos no Golfo da Guiné.
Em média, os raptos aconteceram com os navios distantes 60 milhas náuticas da costa, mas chegaram quase as 200 milhas! Razão por que o IMB aconselha os navios na região a manterem-se a pelo menos 250 milhas da costa, salvo quando tiverem ordem para atracar em locais seguros para movimentar as cargas.
Comentando os resultados, e em particular a situação no Golfo da Guiné, Michaek Howlett, director do IMB, sublinhou o facto de os piratas estarem cada vez melhor equipados e apelou a uma maior troca de informações entre os navios e as autoridades.
Além do Golfo da Guiné, também os estreitos de Singapura (23) e a Indonésia (26) foram cenário de casos de pirataria.
Curiosamente, em 2020 não foram registados casos envolvendo piratas da Somália, mas o IMB avisa que eles mantêm a sua capacidade operacional, pelo que continuam a justificar-se todas as precauções nas águas somalis e no oceano Índico.