Os contentores movimentados no de Gotemburgo permanecem em níveis historicamente baixos. O porto sueco voltou a registar uma queda naquele segmento no terceiro trimestre do ano, embora não tenham sido registadas greves ou outros conflitos laborais. Falta confiança.
Gotemburgo fechou o terceiro trimestre de 2017 com 149 mil TEU movimentados. Trata-se de uma descida de 28% em relação aos 207 mil TEU registados no período de Julho a Setembro do ano passado.
Os responsáveis pelo porto escandinavo explicam que, não tendo havido disputas laborais, a queda tem como justificação a perda da confiança do mercado.
“Apesar do facto de o terminal de contentores ter podido movimentar mercadorias virtualmente sem nenhuma interrupção durante todo o terceiro trimestre, ainda vimos uma enorme queda nos volumes. É óbvio que a confiança da indústria no terminal de contentores do porto ainda está por restabelecer”, afirma, em comunicado, Magnus Kårestedt, CEO da Autoridade Portuária de Gotemburgo (APG).
De acordo com Kårestedt, a crise de confiança pode ser atribuída à ameaça subjacente de acções colectivas por parte dos sindicatos da estiva. A APG considera que, nesse cenário, muitas companhias estão a optar por soluções de transporte mais caras e menos eficientes para assegurar os seus fluxos de mercadorias.
“Entendo a hesitação em devolver os fluxos de mercadorias ao Porto de Gotemburgo depois de períodos prolongados marcados por conflitos laborais, embargos, greves e bloqueios. Tem de haver uma solução a longo prazo para a situação se quisermos recuperar a confiança da indústria”, indica Magnus Kårestedt.
O conflito entre o operador do terminal, a APMT, e a União Sueca dos Estivadores já se arrasta desde Maio de 2016. O braço de ferro mantém-se, apesar de a APMT ter assinado o acordo colectivo do sector. O governo sueco abriu entretanto um inquérito para avaliar a legislação laboral do país.
Automóveis e ro-ro crescem
No que diz respeito às outras categorias de mercadorias, o cenário é, na maioria dos casos, melhor em Gotemburgo.
Durante o terceiro trimestre, 63 mil carros novos passaram pelo porto, mais 24% do que no mesmo período do ano passado. Quanto ao tráfego ro-ro, aumentou em 9% no mesmo período, para 141 mil unidades.
Já os volumes de petróleo e produtos energéticos registaram no terceiro trimestre uma descida de 15%, para 5,2 milhões de toneladas. Desde a APG indicam, porém, que a descida “resultou de uma paralisação para manutenção programada numa das refinarias durante parte deste período”.