O Governo dos Açores é contra a proposta do PAN de cobrar uma ecotaxa de três euros aos turistas de cruzeiros, temendo pela competitividade dos portos da região, desde logo, face à Madeira.
taxa turA secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores manifestou-se hoje contra a cobrança de uma ecotaxa marítima de três euros aos passageiros de navios cruzeiro, proposta pelo PAN, considerando que penaliza o turismo na região.
Numa audição na comissão de Economia do Parlamento dos Açores, sobre o projecto do PAN/Açores para a criação de uma ecotaxa marítima a ser aplicada aos passageiros de navios de cruzeiro que cheguem à região, a secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores considerou que a proposta “reflecte-se na actividade turística”, sendo que os Açores são ainda “bastante jovens em termos turísticos”.
A governante defendeu, todavia, que, caso seja aprovada, a receita da taxa seja orientada para os portos dos Açores investirem em estruturas que promovam energias limpas na recepção dos navios cruzeiro.
Berta Cabral lembrou igualmente que o Governo dos Açores tem vindo a apostar na captação de navios mais pequenos, menos poluentes, de expedição, que acrescentam valor, em contrapartida com os grandes navios, no quadro da transição energética e com base nas recomendações da União Europeia.
O PAN/Açores sustenta, em defesa da sua proposta, que o turismo de cruzeiro “é, comprovadamente, uma fonte de poluição aérea, marítima e terrestre, com forte pegada ecológica”.
“Os navios de cruzeiro, apesar de representarem uma pequena percentagem da indústria naval global, são um dos mais poluidores, sendo responsáveis por cerca de 24% de todos os resíduos originários da navegação marítima e pela emissão de gases de efeito estufa. Só em 2018, e em referência aos portos da União Europeia, os navios de cruzeiro emitiram mais de 139 toneladas de CO2”, salienta o partido.