O Governo insiste em que “este é o momento” de Portugal e o porto de Sines serem a “porta de entrada de energia” na Europa, para reduzir a dependência da Rússia.
Em declarações à “Lusa” e à “SIC” na Ribeira Grande, durante o Summer Cemp da Comissão Europeia que está a decorrer na ilha açoriana de São Miguel, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus defendeu que a “concretização das interligações energéticas entre Portugal, Espanha e o resto da Europa” é “uma coisa quase óbvia no contexto geopolítico” actual.
“Portugal, a sua fachada atlântica e o porto de Sines podem ser uma porta de entrada de energia na Europa vindo de proveniências muito diversas”, reforçou Tiago Antunes.
O Sscretário de Estado insistiu que a União Europeia (UE) precisa de “encontrar alternativas ao fornecimento de matérias-primas energéticas vindas do Leste, designadamente da Rússia”.
“Esta ideia está a fazer o seu caminho. Achamos que este é o momento. Este é o contexto ideal para de uma vez por todas concretizar essa necessidade importante que Portugal tem vindo a defender a nível europeu”, afirmou.
Tiago Antunes defendeu que a Península Ibérica “tem de deixar de ser uma ilha energética” no contexto europeu.
“No futuro, temos um potencial enorme para a produção de gases renováveis, em particular de hidrogénio verde, que podemos produzir de forma barata e de forma bastante eficiente em Portugal e que podemos exportar para o resto da Europa”, acrescentou.
Apesar de reconhecer que “tem sido difícil concretizar essa ideia”, o secretário de Estado salientou que a ligação energética via Portugal tem “cada vez mais adeptos”, dando o exemplo das declarações do chanceler Olaf Scholz, que apelou à construção do gasoduto para reduzir a dependência de gás russo.
“Só deixaremos de ter essas dependências e essas vulnerabilidades energéticas a que agora estamos a assistir quando tivermos um verdadeiro mercado europeu de energia, plenamente integrado e para isso temos de ter ligações”, reforçou.