O governo italiano recusa vender a Alitalia ao desbarato e pede uma solução sólida para o futuro da companhia, que está sob administração judicial desde Maio.
Os três administradores de insolvência nomeados por Roma para evitar o fim da Alitalia estão, desde então, a negociar com potenciais interessados, incluindo a Lufthansa e a easyJet, para aperfeiçoarem as propostas apresentadas.
“Demoraremos o tempo necessário, não queremos vender ao desbarato”, afirmou o ministro das Infra-estruturas e dos Transportes de Itália, Graziano Delrio, em entrevista ao jornal “La Repubblica”.
“Queremos dar à Alitalia uma perspectiva sólida”, disse. O ministro italiano defende que aquela que era a companhia da bandeira do país “precisa de ambição e não uma reestruturação”. Delrio deseja, portanto, uma solução semelhante à que foi alcançada para a companhia Meridiana, cujo accionista maioritário é actualmente a Qatar Airways, que comprou, em Setembro, 49% do seu capital.
O governante indicou, no entanto, que o objectivo é “fechar um acordo [de venda] o mais rápido possível”.
Sem lucros desde 2002
A situação da Alitalia é crítica. Em Abril do ano passado, os trabalhadores rejeitaram um pré-acordo alcançado entre a administração e os sindicatos para sanear as contas da empresa, que não obtém lucros desde 2002.
Em Maio, o Estado italiano emprestou 600 milhões de euros à Alitalia para garantir que a companhia continuava a operar enquanto se procurava uma solução. O governo de Roma já disse, porém, que não aceitará recapitalizar a empresa. No início de Junho, os administradores da insolvência da Alitalia anunciaram a recepção de 32 manifestações de interesse por parte de potenciais compradores para salvarem a companhia aérea italiana da falência.